Que o preço dos alimentos subiu todo mundo já sabe. Tudo está mais caro na mesa dos brasileiros e os valores têm alcançado os maiores patamares da história. No entanto, as mudanças climáticas e os eventos extremos ajudam a explicar parte desse aumento, em especial para produtos como o café e o azeite.
Como a agricultura e a pecuária dependem do clima, uma seca prolongada ou um excesso de chuvas pode prejudicar a produção. Aí entra a lei da oferta e da procura, porque menos produtos no mercado e muita gente para comprar, representa elevação dos preços.
A questão é que a demanda por alimentos não cai. O professor de Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa, Denis Antônio Cunha, falou conosco:
O professor cita rotação de culturas, irrigação mais eficiente e plantas mais resistentes, como soluções para amenizar o problema.
Ele também defende que o plano Safra, programa de crédito para o agronegócio, poderia incentivar técnicas agrícolas adaptadas ou inteligentes ao clima. Mas apesar do clima ser um fator importante, ele não é o único envolvido na alta dos preços dos alimentos.
O coordenador do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, Guilherme Bastos, cita outros componentes influentes para a definição dos valores.
O efeito do câmbio e a dinâmica das exportações com o real desvalorizado também potencializam a alta dos alimentos. O aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da demanda também atuam na alta dos preços.