Órgãos de proteção ao crédito voltaram a alertar sobre o superendividamento causado pelas casas de apostas. O crescimento das apostas esportivas, popularmente conhecidas como "bets", tem preocupado muito os órgãos de defesa do consumidor devido ao impacto financeiro que elas causam nas famílias.
Com a facilidade de acesso às plataformas digitais e a ampla divulgação, inclusive por influenciadores e celebridades, cada vez mais pessoas são atraídas para esse universo, muitas vezes sem a devida consciência dos riscos envolvidos.
O principal problema apontado pelos especialistas é o descontrole financeiro resultante do hábito de apostar. O imediatismo das plataformas que prometem ganhos rápidos, pode levar ao vício e à perda significativa de dinheiro, comprometendo o orçamento doméstico.
Quase que diariamente, os jornais noticiam perdas de grandes valores de jovens em casas de aposta, chegando a perder carros, dinheiro de formatura e até a renda mensal da subsistência familiar.
A situação em Pará de Minas também é complicada, segundo vários testemunhos. Para se ter ideia da gravidade do problema, basta dizer que o volume de transferências via Pix de pessoas físicas para empresas de apostas online variou de R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões em 2024, segundo estimativas do Banco Central.
E como a tendência é de crescimento, o assunto tem chamado a atenção dos órgãos de proteção de crédito, como ressaltou Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia:
E quem joga admite que perde mais do que ganha, caso desse jovem ouvinte:
Marcelo Barbosa ressalta ainda que as novas regras não impedem os apostadores de entrar no mundo das dívidas:
Em agosto do ano passado, aproximadamente 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família realizaram transferências de R$ 3 bilhões para as casas de apostas, com uma média de R$ 100 por pessoa. Quanto ao perfil dos apostadores, o Banco Central estima que cerca de 24 milhões de pessoas participaram de jogos de azar em 2024, sendo a maioria jovens entre 20 e 30 anos.