Mais um caso de violência doméstica contra mulheres em Pará de Minas. Desta vez, a vítima é uma advogada que, mesmo estando muito abalada emocionalmente, rompeu o silêncio e procurou ajuda.
Ela falou ao Jornal da Manhã, mas pediu que seu nome e sua voz fossem omitidos na matéria. A advogada denunciou o ex-namorado, com quem dividiu o mesmo teto por alguns meses, dizendo que a situação estava muito séria.
Ela viveu um relacionamento abusivo por quatro anos. Constantemente ouvia xingos, era submetida à violência psicológica, foi empurrada certa vez e sofreu duas tentativas de atropelamento por motocicleta. Também passou a ser criticada pelas roupas e induzida a ingerir certos alimentos.
Demorou, mas como vítima da Lei Maria da Penha ela recorreu à Delegacia de Polícia, ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais e também à Secretaria Municipal de Assistência Social.
Em seu depoimento, ela disse que relutou muito em oficializar a denúncia sabendo que iria reviver a dor e também por saber que, mesmo sendo conhecedora das leis, não estaria imune ao julgamento social e às consequências emocionais do processo.
Ela conseguiu a medida protetiva, através de uma ação rápida do juiz Bruno Miranda Camêlo. O que a incentivou a tornar o caso público foi a acolhida calorosa que recebeu em todos os setores, começando pela assistência psicológica.
O atendimento na Delegacia de Mulheres também foi fundamental para que vencesse o medo. O Jornal da Manhã conversou com a delegada Ana Cristina Bicalho e ela confirmou que casos assim são tratados com muito cuidado:
A delegada Ana Cristina reforça a necessidade das mulheres denunciarem os infratores:
O caso em questão mostra claramente que a violência doméstica não escolhe profissão, classe social ou nível de instrução. Em Pará de Minas as situações mais comuns são as de ameaça. Depois aparecem os casos de perseguição, lesão corporal, agressão física, violência patrimonial e ofensas por calúnia e difamação.