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O vereador Claudinei Secundino Nascimento, o Dinei Calha, foi denunciado à Polícia Militar por desacatar profissionais de saúde na UPA de Pará de Minas. O boletim de ocorrência foi registrado no dia 4 de abril, mas o Jornal da Manhã teve acesso ao documento somente agora.
De acordo com o boletim, durante o procedimento de triagem, responsável pela identificação dos casos, a mãe do vereador recebeu uma pulseira de cor verde, indicando que o caso poderia esperar até duas horas.
Ele não aceitou a classificação e se identificou como vereador. A enfermeira Ana Carolina Leão explicou que a situação da paciente não era grave, por isso o procedimento correto de triagem seria mesmo a pulseira verde.
A partir daí, segundo a ocorrência policial, Dinei passou a xingar e a gritar com ela. “Vocês da empresa terceirizada são ruins de serviço e não têm capacidade pra estar no cargo”.
O vereador também chamou a enfermeira de “capeta e filha de uma égua”, apontando o dedo em direção ao seu rosto e dizendo: “sou vereador, você vai ver comigo”.
Ainda segundo a enfermeira, Dinei solicitou que ela alterasse a cor da pulseira para que a mãe dele fosse atendida primeiro. E ela perguntou: “Você está me coagindo? Eu não vou mudar os dados da sua mãe porque eu fiz o serviço de triagem de forma correta, de acordo com o protocolo que tem que ser feito”.
A enfermeira também relatou no boletim de ocorrência, que o autor continuava insistindo para que ela mudasse os dados. E que ele repetia sem parar que era vereador.
Ela também fez questão de registrar no B.O. que a triagem é muito séria e que uma pulseira com classificação errada pode ter consequência grave.
Ainda, segundo ela, após o desacato, Dinei pegou a mãe e entrou na sala da médica Daniela Mendes do Nascimento, sendo informado que a paciente teria mesmo que aguardar o atendimento pela cor de pulseira do grau de prioridade.
No entanto, o vereador insistiu, dizendo “que não, que ela ia atender”, coagindo também a doutora, que depois do atendimento registrou no relatório médico que Dinei foi totalmente agressivo com ela também.
Uma enfermeira que testemunhou os fatos confirmou a versão para a Polícia Militar, acrescentando que no momento em que o vereador “adentrou na sala da médica, ele foi apoiado por um agente da Guarda Municipal, que se encontrava na UPA naquele momento”.
A médica, por sua vez, relatou à polícia ter informado ao autor que ele não havia seguido a ordem de prioridade. Disse também que o vereador permaneceu na porta do consultório dela com os braços cruzados, causando um constrangimento enquanto ela atendia outros pacientes. Mesmo assim, ela atendeu à mãe do vereador.
E o boletim da PM termina com a informação de que quando a guarnição chegou ao local ele não mais se encontrava no local, por isso não foi possível colher sua versão dos fatos.
E o que diz o vereador?
O Jornal da Manhã telefonou para o vereador Dinei Calha, pedindo uma entrevista, e ele se mostrou surpreso, dizendo que desconhecia o boletim de ocorrência.
No primeiro momento, Dinei até se dispôs a comparecer à emissora na manhã de ontem para apresentar sua versão mas, logo depois, aconselhado pelo assessor parlamentar, informou que não poderia se manifestar já que desconhecia o teor do boletim.
Dinei então solicitou à nossa reportagem que enviasse a cópia do B.O. para ele, o que foi feito, afirmando que depois de tomar conhecimento da denúncia, poderia respondê-la imediatamente, através do WhatsApp mesmo.
A partir daí, o vereador passou a encaminhar textos de uma testemunha favorável a ele, que dizia o seguinte: “O que ela não contou no relato foi a questão da espera ridícula que estavam fazendo vocês passarem, sendo que sua mãe começou a dar uma crise e até vomitando estava”.
E o texto continua: “Com relação à ocorrência, o senhor pode ficar tranquilo que isso aí não dá em nada, não tem base legal pra mover nada contra o senhor. E se for pra frente, pode me colocar como testemunha. Eu vi o desespero da situação. Após o fato, o senhor tem 6 meses pra fazer registro contra a pessoa. Pode abrir um boletim de ocorrências contra ela por negligência”.
A testemunha favorável ao vereador prosseguiu: “Outra coisa que ela não sabe é que a prerrogativa do vereador é intríseca à pessoa, a partir do momento que o senhor se identificou passou a vigorar a figura pública, se ela destratou então cometeu desacato. Mais um motivo pra abrir um boletim de ocorrência contra elas”.
Dinei Calha também enviou áudios para a reportagem, dizendo que sempre pautou sua conduta na ética e nos bons costumes. Disse também que tem fiscalizado e cobrado melhores serviços do poder público para a população em geral.
E ele ainda chegou a encaminhar áudios de uma outra pessoa, afirmando que graças à sua ajuda teria conseguido atendimento mais imediato para um familiar que, do contrário, teria morrido.
Foto: Reprodução Câmara Municipal de Pará de Minas