Se a lei for sancionada e realmente cumprida, no município de Pará de Minas nenhum estabelecimento de ensino, público ou privado, utilizará mais os sinais sonoros que, às vezes causam pânico em alguns estudantes.
A Câmara Municipal aprovou, por unanimidade de votos, o projeto apresentado pela vereadora Camila Mão Amiga que estabelece a substituição deles por sinais musicais suaves.
Pode parecer apenas um detalhe, mas não é. Camila é especialista em transtorno do espectro autista e conhece bem a realidade das crianças que precisam de atenção especial.
Foi esse, inclusive, o motivo que a levou a buscar apoio na Câmara para aprovação do projeto. O sinal sonoro, utilizado hoje nas escolas, marcando o início e o fim das aulas, assim como o intervalo do recreio, é alto e desconfortável. Dependendo da intensidade, chega a acarretar crises nas pessoas.
A medida não irá gerar custos para as escolas ou o poder público, bastando os estabelecimentos de ensino fazerem a substituição do sinal, por isso a expectativa da vereadora é que ela seja implantada imediatamente.
Antes de apresentar o projeto, Camila também buscou informações em cidades que já vivem essa nova realidade e ficou entusiasmada com os resultados:
Estudos apontam que cerca de 63% das pessoas com autismo apresentam desconforto com sons acima de 80 decibéis. O transtorno do espectro autista, conhecido também pela sigla der TEA, afeta cerca de dois milhões de pessoas no Brasil. Entre as crianças, uma a cada 44 é diagnosticada com ele.