A ‘febre’ dos bebês reborn continua tomando conta da internet e da mídia. E a mais recente nova polêmica está concentrada nos casais que estão brigando judicialmente pela guarda da boneca.
Uma advogada publicou o caso, informando que o ex-casal tinha um perfil do bebê nas redes sociais e agora briga para saber quem ficará com a posse da boneca e, consequentemente, com a administração das contas que geram engajamento, publicidades e lucros.
A cliente também procurou a advogada para regulamentar a “convivência” com a boneca, impedindo que a ex-companheira tivesse acesso à “filha reborn”. E o impasse ainda inclui a divisão dos custos com a boneca e um enxoval especial feito para ela.
Embora pareça loucura, são situações reais que vêm acontecendo no país e a nova demanda para o judiciário brasileiro se tornou desafiadora para todos os profissionais do Direito.
O Jornal da Manhã conversou com a advogada Janine Lemos e ela foi logo dizendo que apesar do apego emocional com os brinquedos, eles não são considerados sujeitos detentores de direitos.
Essa situação pode trazer problemas na divisão de bens e de custos, além de levantar a importância da avaliação psicológica em caso de apego excessivo com os bebês reborn.
Janine ressalta que as dificuldades do Direito de Família já são grandes e casos como esses dificultam mais o trabalho.
Pelo menos três projetos de lei já foram protocolados, criando restrições aos bebês reborn. Os deputados querem proibir o atendimento em unidades de saúde públicas e privadas, assim como nas filas preferenciais.
Uma dos textos, do deputado estadual de Minas Gerais, Cristiano Caporezzo, proíbe atendimento hospitalar das bonecas.
Já a proposta do deputado federal Zacharias Calil, quer tipificar como infração administrativa o uso desse tipo de boneco ou de qualquer outro objeto ou artifício que simule a presença de criança de colo, para receber ou usufruir dos benefícios.
E apesar de ter chamado a atenção nas últimas semanas, a arte e o universo reborn não são novidades. Os bonecos realistas se popularizaram no Brasil no início dos anos 2000 e, com o passar dos anos e do aumento da tecnologia, foram se assemelhando cada vez mais aos bebês de verdade.
Só que agora, os casos de apego saíram do limite, o que preocupa especialistas em saúde mental. E não são apenas os cuidados de saúde que as mães dos bebês reborn estão procurando. Já tem muita gente procurando padres e pastores em busca de bênçãos para seus bebês.
Foto: Reprodução (pexels.com)