Uma situação tem chamado a atenção de quem passa pelo centro de Pará de Minas: diante do descaso de motoristas que insistem em estacionar bem em frente às rampas de acessibilidade algumas pessoas têm reagido, escrevendo mensagens nos carros que bloqueiam a passagem.
Essa prática ganhou força nas últimas semanas, como forma de protesto contra a falta de respeito em relação às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, e acabou dividindo opiniões nas redes sociais.
A rampa localizada na parte superior da praça da Matriz é um dos principais pontos onde esses atos de revanche são observados. Frequentemente veículos são estacionados lá, impedindo o acesso dos cadeirantes.
A ‘vingança’ chega por meio da pichação dos veículos e alguns dos casos já chegaram ao conhecimento da Guarda Municipal nesses últimos dias, preocupando o comandante da corporação, Lucas Costa.
Ele reconhece que as pessoas agem por impulso, diante da revolta com a infração, mas considera a atitude perigosa, pelo fato de poder gerar violência. E ainda tem o lado criminal, diante da lei que configura a atitude como dano ao patrimônio alheio:
Em parceria com o Departamento de Trânsito, a Guarda Municipal pretende reforçar a sinalização nas áreas com rampas e iniciar ações de conscientização com os motoristas.
Apesar do transtorno constante, a legislação nacional ainda tem brechas. O Código de Trânsito Brasileiro prevê multa para quem obstrui ciclovias, ciclofaixas e guias rebaixadas destinadas a veículos ou vagas para pessoas com deficiência. No entanto, não há previsão de penalidade específica para quem bloqueia as rampas de acessibilidade.
Só que essa situação pode mudar em breve, porque está em análise na Câmara dos Deputados um projeto de lei que tipifica como infração gravíssima o ato de estacionar sobre o meio-fio rebaixado destinado ao acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. A proposta prevê multa de R$ 293,47, além de sete pontos na carteira e remoção do veículo.
Fotos: Gilmar e Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM