Uma ação quase silenciosa em Pará de Minas acabou gerando preocupação e a denúncia sobre o uso do Centro de Controle Populacional (CCP), para castrações exclusivas de uma ONG. O fato levantou dúvidas sobre transparência e os critérios na gestão pública.
O gabinete da vereadora Irene Melo Franco foi quem recebeu a denúncia sobre a utilização indevida do CCP, em procedimento que ocorreu a portas fechadas e não foi amplamente divulgado. Ao todo, 36 animais foram atendidos.
Diante disso, a vereadora apresentou um requerimento à Secretaria Municipal de Agronegócio solicitando explicações detalhadas, e a resposta confirmou a realização dos procedimentos. No entanto, segundo Irene, faltaram dados importantes na informação.
Não foi citado, por exemplo, se houve participação de servidores da prefeitura, os critérios utilizados para a escolha dos animais, o motivo da escolha da ONG e os insumos utilizados.
De acordo com as informações enviadas à vereadora, esse seria um projeto piloto, mas Irene chamou atenção para a ausência de um plano estruturado.
Irene se reuniu com representantes do Ministério Público e o coordenador do CCP em busca de esclarecimentos, reforçando o compromisso com a defesa dos direitos dos animais e do bom uso dos recursos públicos.
Segundo informações, os veterinários que atuaram na castração foram voluntários da ONG envolvida. Dos 36 animais atendidos, pelo menos nove estavam sob a responsabilidade do próprio CCP, enquanto os outros eram abrigados pela organização.
A maioria foi encaminhada para uma feira de adoção e já encontrou novo lar. O caso segue em apuração, e a expectativa da vereadora é que os próximos passos sejam mais transparentes e participativos, para que projetos dessa natureza possam, de fato, atender ao interesse público.
Fotos: Arquivo Jornalismo/Rádio Santa Cruz FM