A implantação do Programa de Escolas Cívico-Militares, proposto pelo Governo de Minas Gerais, tem dividido opiniões em Pará de Minas. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, a proposta é de uma gestão colaborativa, voltada para o fortalecimento da educação pública estadual.
O programa é pautado na parceria entre a Secretaria, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar para uma gestão integrada, com foco na promoção de valores cívicos, éticos e na organização do ambiente escolar.
Alguns gestores escolares e professores se mostram inseguros, alegando que a proposta está acontecendo ‘a toque de caixa’ e sem transparência.
Outros temem que a inserção de militares no contexto escolar comprometa o processo de aprendizagem. Mas há também quem defenda o modelo, com um olhar mais voltado para o civismo e o reforço na segurança das escolas.
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (SindUTE) de Minas Gerais tem se posicionado contrário à implantação das escolas cívico-militares. De acordo com Rondinele Alves, coordenador geral da Subsede de Pará de Minas, o programa não funciona.
Ele explica que falta embasamento e estudos sobre sua implantação que, inclusive, já tem exemplos mau sucedidos em São Paulo.
O sindicalista também critica o fato dos militares, que seriam inseridos na rotina escolar, não terem formação adequada para trabalhar no setor de educação:
Em Pará de Minas, seis escolas avaliam a possibilidade de aderir ao programa, sendo elas Fernando Otávio, Ademar de Melo, Nossa Senhora Auxiliadora, Manoel Batista, João Ferreira e Ângela Maria de Oliveira.
Elas têm até o dia 18 de julho para votar, em assembleia da comunidade escolar, se querem ou não aderir ao novo modelo e comunicar a decisão ao Governo do Estado.
Alguns estabelecimentos já realizaram a votação. Na Escola Nossa Senhora Auxiliadora, foram 86 votos favoráveis à adesão e 77 contrários. Na Escola Manoel Batista, 71 contrários e 69 favoráveis. Já na Escola Ademar de Melo, 32 contrários e 19 favoráveis.
Hoje será a vez das escolas Ângela Maria de Oliveira e Coronel João Ferreira e na quarta-feira, a Escola Fernando Otávio vai fechar a votação na cidade.
Foto: Ana Luiza/Rádio Santa Cruz FM