Os crimes de estelionato têm ganhado novos contornos com o avanço da tecnologia. Entre os golpes de maior popularizado está o da maquininha adulterada, agora com uma nova e preocupante versão: criminosos se passando por taxistas para enganar passageiros em situações cotidianas, como o retorno para casa ou o deslocamento após eventos e compromissos.
A estratégia é simples e muito eficaz. O carro se apresenta como um táxi, muitas vezes com características visuais que simulam um veículo credenciado. A vítima, distraída ou com pressa, embarca sem desconfiar.
Ao final da corrida, o suposto taxista informa que a maquininha não aceita Pix e solicita o cartão físico, alegando também que o pagamento por aproximação não está disponível. O que parece ser apenas uma limitação técnica, na verdade, é o início de uma armadilha.
O criminoso utiliza uma maquininha adulterada, que permite o registro da senha digitada e, em alguns casos, conta até com um botão camuflado para simular erro na transação e exibir os números digitados.
Enquanto finge estar resolvendo um problema de conexão, o golpista memoriza os dados da vítima e em um momento de distração realiza a troca do cartão por outro semelhante.
Com o cartão original e a senha em mãos, passa a fazer compras de alto valor, antes que o titular perceba a movimentação suspeita. Só depois, ao checar o extrato ou receber uma notificação do banco, é que a pessoa descobre que teve a conta bancária esvaziada.
O coordenador do Procon de Pará de Minas, Bruno Souza, está fazendo o alerta à população antes que o golpe chegue à cidade.
E é preciso desconfiar de qualquer comportamento atípico ou atitude que pressione uma forma específica de pagamento. Caso o consumidor suspeite de ter sido enganado, deve procurar imediatamente as autoridades policiais. Se for possível, a vítima também deve entrar em contato com a operadora do cartão para bloqueio e a contestação das compras indevidas.
Os números reforçam a gravidade do problema. O golpe da maquininha já causou um prejuízo de quase R$5 bilhões em apenas um ano. Esse tipo de estelionato tem afetado milhares de brasileiros em diversas regiões do país.
A disparada dos golpes evidencia que os criminosos têm explorado as facilidades tecnológicas e, ao mesmo tempo, lacunas na atenção e no conhecimento das vítimas sobre como se proteger.
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