A Secretaria Municipal de Saúde divulgou nota oficial com informações relacionadas à paciente encontrada em óbito, na manha de ontem, em frente à Câmara Municipal, no final da avenida Presidente Vargas.
Segundo a nota, a paciente deu entrada na UPA 24h, alegando uso excessivo de bebida alcoólica. Após a avaliação médica, foram adotadas as condutas cabíveis, conforme protocolos clínicos vigentes, sendo prestado todo o atendimento necessário à sua condição de saúde.
No entanto, antes da conclusão do último atendimento, a paciente evadiu-se espontaneamente da unidade, sem alta médica. A equipe de saúde registrou a evasão dela no prontuário, mas não obteve êxito em retê-la para continuidade do tratamento. Isso aconteceu por volta das 3 horas da madrugada de ontem.
A Secretaria de Saúde foi informada do falecimento dela horas depois e ressaltou que ‘toda a assistência disponível foi ofertada enquanto ela esteve na unidade, seguindo os princípios do atendimento humanizado e das normas técnicas’.
Ao final da nota, a Secretaria lamentou profundamente o ocorrido, solidarizando-se com a família e reforçando o compromisso com a transparência, a ética e a qualidade do atendimento prestado à população.
O Jornal da Manhã apurou que a causa da morte dela foi um estado de tromboembolismo pulmonar. A mulher vivia em situação de rua e era bastante conhecida no centro de Pará de Minas, pelo nome de Cíntia. Ela tinha 39 anos e, no último mês de julho, foi vítima de violência sexual na Praça Torquato de Almeida.
Segundo informações de funcionários do Centro POP, ela fazia o uso de álcool e outras drogas e sofria com depressão. Passava por tratamento periódico na instituição mas, nos últimos dias, se mostrava bastante desanimada em continuar com o tratamento.
Natural do estado da Bahia, Cíntia estava em Pará de Minas desde fevereiro deste ano. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, várias tentativas foram feitas de realocação para o estado de origem, mas a família recusou sua volta.
Deputada cobra investigação
A morte de Cíntia teve grande repercussão em Pará de Minas e também nos meios políticos. A deputada federal Duda Salabert fez uma publicação em seu perfil no instagram, cobrando investigação do caso.
A deputada disse que a morte não pode ser tratada como ‘natural’ pelas autoridades, devendo ser considerada como fruto de uma sequência de violência e descasos.
“Estou cobrando explicações da Prefeitura e acionando o Ministério Público para que investigue se a falta de atendimento adequada foi causada por preconceito. A vida de Cíntia não pode ser reduzida a estatísticas. Faremos justiça”.
Foto: Kelvin Fernandes/Rádio Santa Cruz FM
