Desde o início do ano, quando entrou em vigor a lei federal que regulamenta o uso de celulares em ambientes escolares, os estudantes tiveram de se adaptar à nova rotina. Mas a mudança, que inicialmente trouxe preocupação para alguns, se transformou em oportunidade para resgatar práticas coletivas e estimular a criatividade dentro das instituições de ensino.
Em muitas escolas, os intervalos e momentos de convivência ganharam novos formatos, com espaços de lazer repaginados e alternativas para substituir o tempo que antes era dedicado às telas.
Mesas de pingue-pongue e pebolim voltaram a fazer parte do dia a dia dos pátios, os acervos de jogos de tabuleiro foram renovados e as quadras de esporte passaram a funcionar em esquema de rodízio para atender mais turmas.E a maior lição desse processo é que os jovens perceberam que conseguem ficar bem e se divertir mesmo longe do aparelho celular, cenário que também pode ser observado nas escolas de Pará de Minas.
O Jornal da Manhã conversou com vários diretores, entre eles Fabiana Henriques de Almeida Soares, da Escola Estadual Manoel Batista, que destacou os bons resultados que a medida já trouxe para a instituição.
Segundo ela, os estudantes, especialmente os do Ensino Fundamental, estão mais focados nas aulas, participando mais de brincadeiras coletivas e desenvolvendo melhor interação entre si.
Fabiana ainda reforçou que o celular pode, sim, ser uma ferramenta de aprendizado útil, mas é preciso utilizá-lo com equilíbrio. Ela lembra que os jogos online e as redes sociais, por exemplo, tiravam a atenção dos colegas e prejudicavam a concentração em sala de aula.
Além disso, foi notado um aumento na procura por livros, mostrando que o hábito da leitura também foi impulsionado pela restrição do uso dos aparelhos.