Pela quarta vez neste ano, o engenheiro Rodrigo Campos, morador de Meireles, foi à Câmara de Pará de Minas pedir o apoio dos vereadores em favor da comunidade.
A luta das famílias é pelo cumprimento do acordo firmado entre a Prefeitura, o Ministério Público e a mineradora Vale, responsável pela tragédia de Brumadinho, em janeiro de 2019.
O município de Pará de Minas recebeu R$10 milhões como compensação pelas perdas sofridas e ficou definido no acordo que desse valor, R$1,5 milhão seriam destinados a Meireles.
A comunidade foi a que mais sofreu perdas, principalmente durante a construção da nova adutora de água, obra que durou meses. Pelo acordo firmado, os moradores também teriam direito de escolher a destinação dos recursos e, através de votação popular, eles optaram pela reforma da praça, construção do velório e melhorias no posto de saúde.
Na época, o então prefeito Elias Diniz chegou a sugerir também a construção de uma nova escola e os moradores concordaram, desde que as despesas fossem divididas. Surgiu então mais um acordo, estabelecendo que parte dos recursos seria destinada à compra de um terreno – o que a comunidade fez – e o município arcaria com a terraplenagem.
O desentendimento dos envolvidos começou agora, em 2025, uma vez que o atual prefeito, Inácio Franco, não reconhece o acordo de anos atrás. Ele tem alegado que a quase totalidade do recurso de R$1,5 milhão foi investida na terraplenagem e que a comunidade nada mais tem a receber.
É esse ponto de divergência que levou Rodrigo Campos à Câmara, à Prefeitura e também ao Ministério Público. Como porta voz da comunidade, ele luta pela realização das obras e já deu mostras de que não vai desistir.
Nesta semana, inclusive, ao ocupar novamente a tribuna da Câmara, chegou a criticar os vereadores, dizendo que esperava uma ação efetiva deles, afinal, é a sobrevivência digna de uma comunidade que está em jogo.
Houve até momentos tensos com o presidente da Casa, Délio Alves, que manifestou insatisfação com as críticas dirigidas aos vereadores, mas Rodrigo Campos reafirmou que a cobrança faz parte do jogo democrático.
O porta voz de Meireles também considerou vergonhosa a postura do atual prefeito e deixou claro que não vai se intimidar diante de ameaças:
Rodrigo Campos já levou o caso ao Ministério Público, que foi o intermediador do polêmico acordo. A expectativa dele e da comunidade é que o mesmo seja cumprido.
