O Natal costuma ser lembrado como um período de confraternização, encontros em família e celebração, mas essa realidade está longe de ser vivida por todos. Para muitas pessoas, especialmente aquelas que enfrentam algum tipo de vulnerabilidade, a data reforça sentimentos de solidão e isolamento, tornando o fim de ano ainda mais difícil emocionalmente.
As conversas sobre solidão nessa época costumam se concentrar nos idosos, público que sente de forma mais intensa o impacto do afastamento social durante as festas. Muitos vivem sozinhos, perderam cônjuges, amigos ou familiares ao longo da vida e acabam passando datas simbólicas sem companhia.
Segundo especialistas, são pessoas que convivem com a solidão ao longo de todo o ano, mas que percebem esse vazio de forma mais aguda com a chegada do Natal e do Ano-Novo.
E a vulnerabilidade nesse período pode se manifestar de diversas formas, não apenas no aspecto emocional, mas também físico e social. Há idosos fragilizados, que já não conseguem manter a rotina de antes ou reunir a família, e que muitas vezes acabam invisibilizados pela sociedade.
Nossa reportagem conversou com a psicóloga Ana Gabriela Barbosa, que ressaltou a importância de focar nas coisas boas e que fazem bem para amenizar a sensação de solidão no fim de ano.
Ana Gabriela também ressaltou que, dentro das possibilidades e respeitando os limites da saúde mental de cada um, é importante se fazer presente na vida dessas pessoas. Pequenos gestos, como uma visita, uma ligação ou uma palavra de carinho, podem trazer conforto e reduzir a sensação de abandono.
Por fim, a psicóloga reforça que o Natal pode ser um convite à empatia e ao perdão. Olhar para o outro com mais sensibilidade e reatar laços rompidos são atitudes que ajudam a transformar o fim de ano em um momento de mais acolhimento, diminuindo a solidão e ampliando a companhia.
