A família de um detento de 28 anos denuncia que ele foi agredido e torturado por policiais penais na penitenciária Doutor Pio Canedo, em Pará de Minas, no Centro-Oeste de Minas Gerais. O presidiário passou por exame de corpo e delito no Instituto Médico-Legal (IML) que constatou que ele teve lesões em várias partes do corpo.
Fotos mostram várias manchas roxas pela pele do detento. A família disse que ele ainda teve fratura de vértebras por causa das agressões. No laudo pericial, o homem contou que no dia de 3 maio foi espancado com tapas, chutes, chineladas e socos por cinco agentes da penitenciária. “Meu marido recebeu chineladas no rosto, ganhou spray de pimenta na cara, recebeu socos na costela, apanhou com o cassetete e ainda sofreu tortura psicológica.
Ele ficou com as mãos e os pés algemados e os agentes ficaram falando que iriam enfiar o cassete no ânus dele e ficaram perguntando se ele queria que colocasse com preservativo ou sem. Graças a Deus não chegaram ao ponto de cumprir a ameaça”, conta a mulher. A mulher relata ainda que acredita que as agressões estejam ocorrendo em represália a denúncia que ela fez na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) contra dois agentes penitenciários da cadeia por maus-tratos e torturas anteriores. “Meu marido está ali para cumprir uma pena, não ser tortura e ameaçado covardemente por servidores do Estado”, reclama.
A familiar ainda diz que está tentando a transferência do preso para outro local, mas que está demorando bastante e ela tem medo que a situação de agressões continue e que possa levar até a morte do marido. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) que informou que "a direção da penitenciária tem ciência da denúncia e já instaurou um procedimento interno de investigação para apurar administrativamente o ocorrido, inclusive utilizando as imagens do circuito interno de TV.
Até o momento, a unidade descarta suposta tortura contra o custodiado em questão. As análises do circuito interno de TV documentam o trânsito interno de Policiais Penais e servirão para a conclusão das investigações", informa. "Destacamos, contudo, que a responsabilização de atores envolvidos em qualquer prática que não seja condizente com o trabalho desempenhado pelos servidores do sistema prisional mineiro é preceito prioritário.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus profissionais. Todas as situações de desvio de conduta de servidores são acompanhadas com rigor pela Sejusp e as medidas administrativas cabíveis no âmbito do processo legal são tomadas, guardando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório", conclui a nota.
Informações otempo.com.br
Foto Ilustrativa: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Pará de Minas