A nove meses das eleições municipais, onde serão eleitos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, os partidos políticos já se deram conta que terão que trabalhar muito neste ano para cumprir um dos mais difíceis requisitos da legislação. A partir deste ano, cada partido precisará indicar 30% de mulheres para concorrer ao pleito.
Esta é uma das consequências imediatas do fim das coligações proporcionais, que são aquelas para os cargos de vereador. Antes, os 30% de candidaturas femininas correspondiam ao grupo de partidos unidos em torno de uma coligação. Com a novidade, os presidentes dos diretórios municipais já estão em busca de nomes para colocar na disputa.
É preciso correr, porque o registro de candidaturas deve acontecer até o meio do ano. O JM conversou com vários líderes e eles confirmaram os entraves, sendo o principal o baixo interesse das mulheres pela política. A maioria delas alega falta de tempo e de vocação para conciliar a vida pessoal com a atividade pública.
Elas também resistem à exposição do cargo e deixam claro que não gostam de entrar nos debates coletivos, com medo dos ataques da opinião pública. Agora, pior que isso é a discriminação que sofrem. Não são poucas as que afirmam que mulher não vota em mulher, o que dificulta tudo já que o número de eleitoras é maior que o de homens.
Outro desafio para os partidos nas próximas eleições será a restrição das redes sociais. Diferentemente do que aconteceu em 2018, quando os candidatos fizeram forte uso do WhatsApp para espalhar informações, sendo muitas delas falsas, o disparo de mensagens em massa por esse aplicativo está proibido.
As mensagens pelo zap poderão circular, mas sem a contratação de impulsionamento e disparo em massa de conteúdo, e esse novo cenário vai exigir mais esforço dos partidos. As novas regras também proíbem que candidaturas sub judice, ou seja, aquelas com algum tipo de pendência, sejam retiradas de pesquisas eleitorais. Nomes nessa situação somente ficarão de fora das pesquisas quando o processo for julgado definitivamente.
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