O reajuste dos preços da gasolina e do diesel, determinado na última sexta-feira pela Petrobras, continua repercutindo em todo o país. Autoridades e consumidores temem pelos efeitos em curto e médio prazos que a revisão dos valores poderá causar na economia, num momento em que o poder aquisitivo das famílias não é dos melhores.
Como se sabe, os combustíveis influenciam diretamente na cadeia produtiva e os aumentos de 5,2% da gasolina e de 14,2% do diesel não serão sentidos somente nas bombas, mas também em outros setores, entre eles o supermercadista. Para amanhã está confirmada uma assembleia emergencial do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), que vai discutir ações contra a decisão da Petrobras.
O sindicato tem reivindicado a mudança da política de preços adotada pela petrolífera para equiparar os valores nacionais ao do mercado internacional. Segundo a entidade, com essa metodologia, fica inviável transportar. O reajuste também está na pauta do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O presidente Alexandre Cordeiro sinalizou novamente a possibilidade de sanção à empresa por causa da alta de preços.
Segundo ele, existe concentração de mercado no setor e isso pode levar o Cade a coibir abuso de posição dominante. Cordeiro, inclusive, informou que já existe um inquérito administrativo aberto. Se a conclusão for que a Petrobras abusa do seu poder dominante, a sanção vai desde a aplicação de multa até a determinação para o desinvestimento, ou seja, venda de parte da empresa para colocar fim ao monopólio.
Por sua vez, a estatal justificou o reajuste, dizendo que o mercado global de energia está em "situação desafiadora", por conta da recuperação da economia mundial e a guerra na Ucrânia. Ainda em nota, a empresa informou que quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado.
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