As contratações de crédito consignado por beneficiários do Auxílio Brasil devem começar até o início de setembro. Segundo o Ministério da Cidadania, 17 instituições financeiras já foram homologadas e estão aptas à concessão do crédito.
O empréstimo consignado é aquele em que as parcelas são descontadas de maneira automática em folha de pagamento do salário. Os beneficiários do Auxílio Brasil poderão fazer empréstimos de até 40% do valor do benefício, mediante autorização de desconto do valor da parcela dos repasses mensais.
Mas os economistas fazem alerta sobre o risco dos consignados. Segundo eles, esses empréstimos vão comprometer ainda mais a renda das camadas socioeconômicas mais baixas porque as taxas de juros são mais altas do que as disponibilizadas para assalariados, servidores e aposentados.
As taxas médias praticadas pelos bancos variam de 20% ao ano para servidores públicos, 26,9% para os beneficiários do INSS e 36% para os assalariados. Já para os beneficiários do Auxílio Brasil, através dos consignados, será de até 78% ao ano.
A preocupação de especialistas do setor com isso é tão grande que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) chegou a lançar uma campanha para que o empréstimo consignado para os beneficiários de programas sociais seja adiado ou revisto.
Um documento intitulado “Defesa da Integridade Econômica da População Vulnerável” pode ser assinado por pessoas físicas e jurídicas pelo site www.defesadosvulneraveis.com
A mobilização já ganhou apoio de várias entidades, entre elas a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. O ponto de vista das entidades é que, neste momento, esse tipo de empréstimo tende a trazer ainda mais dificuldades para a população.
O raciocínio é simples: se os valores atuais são insuficientes para garantir uma vida digna, a possibilidade de comprometer até 40% do total com empréstimos condenará as famílias ainda mais à miséria.
Vale lembrar que o programa social tem valor mínimo de R$ 400, mas de agosto a dezembro deste ano o benefício será de R$ 600.
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