O mês de março, que sempre concentrou a maior parte das ações em defesa dos direitos da mulher, terminou com uma grande frustração para elas. Apesar dos esforços por políticas de igualdade, a mão de obra feminina ganha 19,4% menos que os homens no Brasil.
Em Minas Gerais o quadro é ainda mais desigual e a diferença salarial entre os gêneros é de 21,6%. Os dados foram divulgados no Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios e já estão em poder do Ministério do Trabalho.
Conforme o levantamento, as mulheres negras são as que têm a renda mais desigual no país, além de estarem em menor número no mercado de trabalho.
O relatório também mostra que 51% das empresas têm planos de cargos e salários ou planos de carreira e que grande parte delas tem alguns critérios remuneratórios que são mais alcançados por homens do que por mulheres. É o caso de horas extras, disponibilidade para o trabalho e metas de produção.
Esse resultado é atribuído, em geral, à interrupção no tempo de trabalho das mulheres, por conta de licença-maternidade e de cuidados com os filhos e pessoas dependentes.
Outro dado levantado pelo relatório é que somente 32,6% das empresas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres. E o índice cai para 26% no caso das mulheres com deficiência, das que são chefes de família, vítimas de violência ou no caso das que fazem parte do grupo LGBTQIA +.
A profissional de RH, especializada em Gestão de Pessoas, Fabiane Silva, tem acompanhado esta realidade de perto em Pará de Minas e lamenta o posicionamento das empresas que ainda são resistentes à contratação de mão de obra feminina. Isso faz crer que a batalha pela igualdade ainda será longa, diante de um preconceito com raízes tão históricas:
O único caminho que Fabiane aponta para que as mulheres consigam mostrar seu real valor no mercado é o investimento pessoal:
A gestora também sugere posicionamentos assertivos que costumam facilitar a ascendência das mulheres no mercado de trabalho:
Apesar de toda a discriminação que as mulheres enfrentam, dentro e fora do mercado de trabalho, elas continuam desempenhando papel importante na sociedade. Segundo estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), elas já são responsáveis pelo sustento de 30% dos lares em todo o planeta.