Por falta de estoque, o Banco de Rações de Pará de Minas não está fazendo a distribuição dos alimentos de cães e gatos. Segundo protetores e ONG’s beneficiadas com a iniciativa pública, a irregularidade do fornecimento começou em janeiro deste ano, e até o momento não há previsão de normalização.
O Banco de Rações para Animais foi criado em fevereiro do ano passado, através da Lei nº 6.839. Ele consiste numa espécie de centro de distribuição de rações, no qual a prefeitura recebe, armazena e repassa os grãos para o público contemplado na legislação.
Até dezembro, o banco estava funcionando regularmente, auxiliando dezenas de protetores independentes, ONG’s e famílias em situação de vulnerabilidade social. Mas após a virada do ano, a situação mudou e as distribuições deixaram de ser feitas, segundo informou Camila Gonçalves Araújo, responsável pelo projeto Mão Aumiga Pet.
Houve um repasse em abril, mas numa quantidade bem inferior à que vinha sendo distribuída, portanto, algumas pessoas ficaram sem receber, que foi o caso de Camila. Ao Jornal da Manhã, a protetora de animais disse que o Banco de Rações é uma importante ajuda aos voluntários, pois ameniza, de maneira significativa, os custos com a alimentação dos cães e gatos assistidos.
A explicação para essa última fala de Camila, referente a quantidade não ser suficiente, é que a lei determina que a distribuição das rações é feita para atender a necessidade alimentar de metade dos animais registrados em cada cadastro.
Reconhecendo a importância do programa para os animais, especialmente os de rua e aqueles abandonados, a coordenadora do Mão Aumiga Pet acredita que o poder público deveria fazer mais campanhas para divulgar o Banco de Rações e estimular a sociedade a ajudar com doações.
Quem também compartilha dessa opinião é a vereadora Irene Melo Franco, autora do projeto que deu origem à lei municipal. Irene vai um pouco além, e cita que a legislação prevê mecanismos para que a prefeitura possa, além de divulgar e incentivar, fazer parcerias com empresas para conseguir reforçar o estoque do Banco de Rações.
A responsável pelo Banco de Rações é a Secretaria Municipal de Agronegócio, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente. Em nota encaminhada ao Jornal da Manhã, a pasta admitiu que no momento não há disponibilidade de alimentos para cães e gatos, e que tão logo receba doações – o que ainda não há previsão - iniciará a distribuição aos cadastrados no programa, respeitando as prioridades definidas em lei.
A secretaria também esclareceu que, no dia 9 de abril, recebeu a doação de uma tonelada de ração, sendo 800 Kg para cães e 200 Kg para gatos. No dia 18 do mesmo mês, foram distribuídas toda a ração para cães e parte da ração para gatos. No dia 11 de maio, ocorreu a distribuição do restante da ração para gatos.
Uma licitação também foi aberta no final de abril para a compra de rações e outros produtos veterinários, como medicamentos, mas ainda não há informações sobre a conclusão do certame.
Fotos: Arquivo Pessoal (Camila) e Germano Santos/Rádio Santa Cruz FM