O aumento dos casos de violência patrimonial contra a mulher tem preocupado bastante as autoridades. De acordo com dados da Polícia Civil, em média, esse tipo de ocorrência tem 19 registros por dia em Minas Gerais. De janeiro e agosto deste ano, os registros já somam 4.421.
A violência patrimonial é definida como qualquer conduta que configure a retenção, subtração, destruição parcial ou total dos objetos, instrumentos de trabalho da vítima, documentos pessoais, assim como bens, valores, direitos e recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer as necessidades básicas.
Apesar de os abusadores poderem ser filhos, pais, entre outros, em Minas Gerais, a maior parte deles são os companheiros ou ex-companheiros das mulheres. Aqui em Pará de Minas, segundo dados divulgados pela delegada Ana Cristina Bicalho, o crime que mais se destaca é a inutilização de bens móveis. Como responsável pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, ela acompanha os fatos de perto:
Outras situações que se caracterizam como violência patrimonial é o impedimento da mulher trabalhar, a fim de conquistar o próprio dinheiro, ou então quando o homem se apodera dos rendimentos dela, fazendo dívidas, se apropriando de herança e bens anteriores adquiridos pela vítima, sem comunhão universal de bens.
Têm ainda os casos em que durante o processo de separação, o homem coloca os bens em nome de laranjas para que a vítima fique sem nada. Outro exemplo é o estelionato sentimental, em que o homem ilude a mulher para se beneficiar financeiramente.
A delegada Ana Cristina confirma que houve um aumento dos casos de violência patrimonial em Pará de Minas, mas ela admite que é mais difícil identificá-los exatamente pelo fato de não serem tão ‘aparentes’:
Para se livrar desse cenário de abuso, as mulheres precisam denunciar. A delegacia está sempre de portas abertas para orientar as vítimas:
As denúncias podem ser feitas pelo telefone 181 ou na delegacia, na Praça Afonso Pena, nº 55, no Centro. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30.
Fotos: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM e Ilustrativa Reprodução Pexels (pixabay.com)
