A ViagensPromo, uma das principais operadoras de turismo do país, enfrenta uma grave crise financeira desde o final de 2024, fato que vem gerando um efeito dominó em milhares de agências de viagens e consumidores no Brasil.
A empresa é responsável por intermediar pacotes turísticos entre agentes e fornecedores e deixou de repassar pagamentos a hotéis e companhias aéreas, resultando em cancelamentos de hospedagens e voos. Sem aviso prévio, agências de turismo foram surpreendidas ao descobrir que pacotes pagos por seus clientes não estavam garantidos.
Em Minas Gerais, mais de 200 agências foram diretamente impactadas, acumulando prejuízos que passam dos R$ 5 milhões. Muitas precisaram arcar com os custos dos pacotes para evitar danos aos clientes, o que agravou ainda mais a situação financeira do setor.
A ViagensPromo ofereceu duas opções aos agentes: cancelar as futuras parcelas dos pacotes, com promessa de estorno conforme o meio de pagamento, ou aguardar a recuperação da empresa, sem garantia de reembolso. E ainda não há previsão para o pagamento das comissões vencidas.
A crise também atingiu a Faturepag, empresa que intermediava os recebimentos da ViagensPromo, com R$ 100 milhões em risco, devido à devolução dos valores pelas operadoras de cartão de crédito.
Audiências públicas já foram realizadas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde os agentes de viagens relataram o impacto da crise e cobraram providências, como é o caso de Camila Escarabelli, representante do movimento de agentes de turismo no Estado:
Os agentes de viagens não são responsáveis pelos prejuízos mas, por questão de honra, na medida do possível estão tentando amenizar os impactos. A empresária Juliana Geovannine, por exemplo, já acumula mais de R$600 mil em dívida:
A crise já chegou a Pará de Minas, com a maioria das agências temendo fechar as portas por não conseguir arcar com tantos prejuízos, que já passam de R$100 mil. Uma das agentes falou conosco, com a condição de não ser identificada. Ela confirmou que só na sua agência os prejuízos já passam de R$15 mil:
A agente também explica os problemas com outras operadoras:
E ela deixa uma dica para os clientes que pretendem adquirir viagens nos próximos dias:
Os deputados estaduais Carol Caram e Professor Clayton já estão analisando a situação, pedindo medidas enérgicas do poder Judiciário:
Enquanto isso, o setor turístico tenta se reorganizar em meio a uma das maiores crises já registradas na intermediação de pacotes no Brasil. Para os consumidores, o importante é sempre procurar agências de confiança e duvidar daqueles preços muito abaixo do mercado.
Foto: Reprodução (pexels.com)