A notificação enviada pela Prefeitura de Pará de Minas ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, não esfriou a manifestação programada para a manhã de ontem, na Praça Afonso Pena.
Mesmo sob a ameaça de ter o dia cortado na folha de pagamentos, perto de trezentos trabalhadores participaram do protesto. A grande maioria deles vestia roupas pretas e alguns usavam um nariz de palhaço.
Faixas e cartazes também foram colocados em pontos estratégicos. O barulho do apitaço também tomou conta da praça, despertando a curiosidade de quem passava pelo local.
A manifestação já era esperada, diante da grande insatisfação dos servidores de nível elementar com a remuneração. Eles recebem menos que o salário mínimo e para complementar o valor exigido por lei a prefeitura está se valendo do pagamento do vale alimentação.
Há vários meses que o sindicato vem negociando o aumento, diante da crescente revolta desse grupo de 700 servidores, que é composto por serventes escolares, auxiliares de serviços gerais, porteiros, bombeiros, eletricistas e outros cargos.
A categoria quer um piso de R$1.850,00 e a prefeitura oferece R$1.630,00, alegando que não consegue atender ao pedido devido ao elevado impacto financeiro que esse reajuste iria representar. Tânia Leite, presidente do sindicato, não concorda com a justificativa:
Mesmo com bom número de participantes na mobilização, Tânia Leite percebeu a presença de muitos trabalhadores, que se sentiram ameaçados com o anúncio de corte do dia:
Servente há cinco anos, Francisca Maciel também conversou com o Jornal da Manhã sobre a difícil situação da categoria:
Da porta da prefeitura, os representantes do Sindicato dos Servidores se dirigiram para a Câmara Municipal, onde aconteceu uma reunião no plenarinho. Ao término, o vice-prefeito Luiz Lima declarou que foi um encontro proveitoso.
Dos 17 vereadores, 15 participaram. A ausência de dois deles se deveu a compromissos assumidos anteriormente. O presidente Délio Alves considerou muito importante as discussões e acredita que o problema está perto de ser solucionado:
O vereador Lucas Arquiteto saiu da reunião otimista e garantiu que os servidores têm apoio da casa:
A contraproposta apresentada na reunião foi de um salário no valor de R$1.750,00. Luiz Lima ficou de levar o assunto ao prefeito Inácio Franco tão logo ele retorne à cidade.