A briga entre o presidente e o vice-presidente da Câmara de Pará de Minas continua repercutindo na cidade, dentro e fora dos meios políticos. O bate boca, com muitas acusações e até ameaças, aconteceu na noite de terça-feira, após a reunião semanal do Legislativo.
Délio Alves e Leo Xavier chegaram a trocar ‘farpas’ durante a reunião, mas foi nos corredores da Casa que a confusão aconteceu. A Polícia Militar foi chamada e registrou o boletim de ocorrência às 19h23, ouvindo apenas o vereador Leo Xavier, porque Délio já não estava mais no local.
Segundo consta no B.O., Leo Xavier teria sido interpelado pelo presidente no corredor. Ele estava muito exaltado e chegou a chamá-lo de “vagabundo” e “mentiroso”, além de ter afirmado: “fique esperto comigo”.
Leo Xavier disse aos policiais que o episódio estaria relacionado com questões políticas e sentiu-se ameaçado. Diante disso, perguntou ao presidente se aquilo se configurava em ameaça, no que Délio respondeu afirmativamente.
Também consta no boletim policial que não foi possível colher a versão do acusado, porque ele já não estava mais no recinto.
Como já era de se esperar, o assunto foi bastante comentado ontem na Câmara Municipal, mas o presidente não se manifestou, pelo menos publicamente. Já Leo Xavier marcou uma coletiva de imprensa para hoje.
Alguns vereadores chegaram a lamentar o episódio, porque acontecimentos como esse respingam na reputação da Câmara. Gustavo Duarte, por exemplo, afirmou que divergências são naturais, o problema é quando elas passam do ponto:
Já o vereador Marcílio Souza, que também testemunhou a confusão, afirmou que Leo Xavier se excedeu ao chamar a polícia. Marcílio também desmentiu versões que circulam nas redes sociais, de que o presidente Délio Alves teria empurrado uma testemunha.
Segundo ele, tudo não passa de mentira que pode ser desmascarada pelas próprias câmeras de segurança da Câmara Municipal:
O pivô da briga entre Délio Alves e Leo Xavier foi o prédio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), no final da avenida Presidente Vargas. Leo foi à tribuna da Câmara para lembrar que teria sido ele o autor do requerimento pleiteando a cessão do imóvel para a Prefeitura de Pará de Minas.
Délio considerou errada essa atitude, afirmando que foi uma conquista de toda a Câmara Municipal.
Até quando essas divergências vão perdurar, ninguém sabe. Mas uma coisa é certa, segundo fontes da Câmara Municipal. A convivência política entre Délio e Leo, que já não estava boa, azedou de vez.