A Prefeitura de Pará de Minas, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, anunciou a interdição de diversos poços artesianos, minas e nascentes utilizados pela população para consumo próprio.
A decisão foi tomada após exames laboratoriais, realizados pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), constatarem contaminação microbiológica da água, com presença de coliformes totais e da bactéria Escherichia coli, indicativos de contaminação fecal.
Diante do risco à saúde pública, foi determinado o fechamento imediato desses pontos de captação, uma vez que eles estão oferecendo risco de doenças gastrointestinais e infecções graves, como hepatites A e E, leptospirose, giardíase, amebíase, febre tifoide e cólera.
Foram interditados os poços artesianos localizados na Rua Raquel Ferreira, no Bairro Raquel, na Rua Silvino Olímpio, entre os bairros São Cristóvão e Santos Dumont, e também o da MG-431, na entrada do Bairro Padre Libério.
Nesses locais, as estruturas que facilitavam a retirada da água, como torneiras e canos, serão removidas. Placas de advertência sobre a proibição de uso estão sendo instaladas.
Já a segunda etapa da operação abrangerá as minas de água da cidade, que não passam por qualquer tipo de tratamento antes do consumo. O secretário de Saúde, Gilberto Denoziro, informou que os exames mostraram níveis de contaminação até 30 vezes superiores ao limite tolerado, comprovando a gravidade da situação e a necessidade da interdição imediata.
O coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Douglas Duarte, acredita que a contaminação pode ter sido agravada por obras irregulares e ligações clandestinas em áreas próximas às fontes de água. Ele lembrou que muitas pessoas ainda recorrem a esses locais acreditando que se trata de água natural e saudável, sem saber dos riscos de contaminação.
Já o secretário de Agronegócio, Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Kenede Reis, reforçou a informação afirmando que as interdições serão permanentes até que novas análises indiquem condições seguras de consumo. O município continuará realizando monitoramentos periódicos e poderá liberar novamente o uso apenas após resultados laboratoriais positivos.
O Jornal da Manhã também procurou a ARSAP e a agência reguladora informou que não tem responsabilidade direta sobre esses poços, uma vez que sua atuação se restringe à fiscalização da prestadora de serviços de água e esgoto.
No entanto, a gerente de regulação da entidade, Bruna Paula Faria, afirmou que a agência acompanha o caso com atenção:
A Secretaria de Saúde alerta que toda água destinada ao consumo humano deve passar por tratamento adequado. Quem utiliza poços particulares deve realizar análises periódicas e adotar medidas simples, como filtrar e ferver a água por, pelo menos, cinco minutos antes de beber.
Além disso, a Vigilância em Saúde disponibiliza hipoclorito de sódio para desinfecção domiciliar, garantindo mais segurança às famílias. Em caso de sintomas como diarreia, febre, vômitos ou mal-estar, a recomendação é procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima.
Fotos: Prefeitura Municipal de Pará de Minas e Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM