Os conflitos entre Rússia e Ucrânia podem refletir no preço do pão de sal a médio e longo prazo.
A possibilidade do reajuste está associada ao aumento das cotações do trigo no mercado internacional, após a Rússia suspender o acordo que permitia à Ucrânia exportar grãos pelo Mar Negro. Além disso, o país voltou a atacar portos ucranianos, destruindo armazéns com toneladas de alimentos.
Nesta semana, os preços do trigo subiram 8,6% na bolsa de Chicago, que é referência na formação de preço de commodities. Com essa valorização, os papéis do cereal tiveram alta de 16% em cinco dias e acenderam o alerta sobre como isso pode impactar os preços no Brasil.
Embora a Ucrânia não seja a principal fornecedora de trigo do Brasil, atualmente esse posto é da Argentina, as dificuldades enfrentadas pelo país europeu mexem com o mercado, pois ele é o quinto maior exportador do mundo.
Segundo Ana Cristina Assunção Torres, sócia-proprietária da Panificadora Santo Antônio em Pará de Minas, os fornecedores já estão comunicando aos empresários as possíveis consequências para o setor de alimentação.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, Ana Cristina disse que ainda não há confirmação se o aumento vai chegar e de quanto será o reajuste. O que ela pode afirmar é que, pelo menos, em curto prazo, não haverá movimentações bruscas de preços.
Além do pão de sal, que é um dos alimentos mais consumidos em Pará de Minas, o trigo também é a base para outras receitas como massas, bolos, biscoitos, pizzas e pastéis. Ana Cristina torce para que os reflexos não cheguem ao Brasil, pois as padarias e demais estabelecimentos que dependem do ingrediente já viveram momentos difíceis em 2022, quando a farinha de trigo teve uma valorização de 30%.
A fase agora é de estabilidade, inclusive, com outros produtos essenciais para a fabricação dos pães, bolos, biscoitos, entre outros itens bastante comercializados.
Segundo especialistas, o que pode amenizar o aumento das cotações do trigo para a economia brasileira é a produção nacional do cereal. De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária, no primeiro semestre deste ano, devido a uma produção recorde, o Brasil reduziu em 35% as importações de trigo na comparação ao mesmo período de 2022.
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