A pesada carga tributária brasileira aplicada à indústria, aliada à concorrência desleal dos produtos asiáticos, vem tornando a lida das companhias têxteis nacionais cada vez mais desafiadora.
Já faz algum tempo que a importação do tecido chinês e das peças de vestuários já prontas vem deixando a indústria brasileira com dificuldades. Muitas fábricas fecharam as portas e as que restaram resistem a duras penas.
É o caso da Coopertêxtil, que atua em Pará de Minas há 27 anos. Com 130 cooperados, a fábrica permanece focada no acabamento de tecidos, trabalhando em dois turnos. No entanto, o diretor comercial, Júlio José de Morais, assegura que este ritmo não tem sido fácil.
Ele acredita que a indústria poderia estar produzindo muito mais, mas o mercado não absorve o tecido nacional. E isso não acontece pela falta de qualidade das peças brasileiras. Ao contrário, a dificuldade se dá pelo preço muito mais alto que o produto importado dos gigantes asiáticos.
Entre as possíveis soluções apresentadas pelo diretor comercial, aparece a redução dos tributos aplicados à indústria têxtil, como forma de incentivo à produção e até mesmo a tributação mais pesada ao produto estrangeiro, para que haja uma equiparação de preços.
Enquanto medidas governamentais nesse sentido não são anunciadas, a indústria têxtil aposta numa tímida reação do setor com a proximidade do inverno.
Com previsão baixas temperaturas para algumas regiões do país, é possível que dentro das fábricas o ritmo de trabalho aumente para atender à demanda dos agasalhos, próprios da temporada.
Fotos: Amilton Maciel - Rádio Santa Cruz FM e Ilustrativa Reprodução pixabay.com
