A aplicação da tarifa de 50% sobre para importação de produtos brasileiros nos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no próximo mês, continua acendendo sinais de alerta em diversos segmentos da economia.
No setor supermercadista os impactos poderão ser sentidos tanto na cadeia produtiva quanto nas prateleiras. Produtos como carne bovina e café, que são fortemente exportados, podem ter os preços reduzidos no mercado interno, se forem redirecionados para consumo doméstico.
A tendência é que, com a queda nas exportações para os EUA, esses alimentos fiquem mais disponíveis no Brasil, o que aumentaria a oferta e, consequentemente, provocaria uma redução nos preços.
Mas embora isso possa parecer positivo para o consumidor, em um primeiro momento, especialistas e representantes do setor alertam para os efeitos colaterais.
O Jornal da Manhã conversou com Daniel Peixoto, diretor comercial da rede de Supermercados Panelão. A expectativa dele é que a tarifa não se concretize, dado ao histórico de negociações entre Brasil e Estados Unidos.
Daniel admitiu que o setor supermercadista pode ser afetado de forma ampla, especialmente por conta da instabilidade que medidas assim provocam em toda a cadeia produtiva.
O empresário ainda ressaltou que apesar da possível queda nos preços, em curto prazo, a medida pode trazer consequências negativas para o cenário econômico.
Na verdade, até 1º de agosto muita coisa pode mudar. Uma das possíveis alterações se refere ao pedido de entidades e empresas americanas ao governo dos Estados Unidos. Elas avaliam a possibilidade de criar uma lista de exceções às tarifas de 50%.
A ideia seria pedir que produtos naturais não existentes nos EUA possam ser importados com taxa inferior. Mas até o momento a Casa Branca não se manifestou sobre o assunto.
Fotos: Ana Luiza/Rádio Santa Cruz FM