Com a vigência de dois programas de renegociação de dívidas – Desenrola Brasil e o Renegocia – especialistas em finanças recomendam cautela na hora das pessoas fazerem o acordo para quitar os débitos.
O alerta diz respeito às condições ofertadas pelas instituições financeiras e demais credores no momento da negociação.
Na expectativa de conseguir pagar a dívida e limpar o nome, muitas pessoas podem aceitar propostas que não cabem no orçamento, especialmente a médio e longo prazo, gerando ainda mais desequilíbrio financeiro.
Segundo o economista Evilásio Salvador, o parcelamento é uma condição necessária para quem vive abaixo da renda no Brasil, mas é preciso tomar cuidado com as taxas de juros para não afetar o custo de vida.
Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que 78% das famílias brasileiras estão endividadas. Desse total, cerca de 45% estão com dívidas em atrasos por mais de 3 meses.
O Desenrola Brasil é um programa que pode beneficiar até 70 milhões de pessoas, segundo o governo federal. Ele será executado em três etapas, sendo que as duas primeiras já estão em andamento: a extinção de dívidas bancárias de até R$ 100 e a renegociação de dívidas bancárias de pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor.
Já o Renegocia é desenvolvido pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), e voltado para pessoas com dívidas em atraso, de qualquer valor ou natureza, como água, luz, internet, telefone, entre outras.
Diferente da outra proposta, o Renegocia! não tem limite de renda para participação. No entanto, não há retirada do nome dos devedores do cadastro de inadimplentes.
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