A infestação de caramujos africanos que tomou conta principalmente dos bairros Grão Pará, Patafufo e Jardim das Piteiras, tem assustado os moradores. Os animais, que podem chegar a 12 cm de comprimento, não tem predador natural e estão presentes em jardins e terrenos.
Em época de chuvas, como agora, o número de caramujos sempre aumenta, assim como a preocupação da comunidade. É que eles transmitem doenças, atuando como hospedeiros para vermes perigosos para a saúde.
No bairro Jardim Beatriz a situação ficou tão incômoda que moradores da rua Cristal solicitaram a presença de um agente de combate a endemias para analisar a situação. E muitos se mostraram surpresos diante da informação de que os caramujos podem contaminar a população.
Vizinhos como Maria Cleusa de Almeida Pimenta e Antônio Carlos dos Santos, manifestaram muita preocupação com o grande número de caramujos nos quintais, muros e, principalmente, nos lotes vagos.
A forma mais prática de exterminar essa espécie é mesmo pela catação, com a destinação adequada, feita pelo Centro de Controle de Zoonoses.
O agente de combate a endemias, Samuel Leite Machado, dá dicas importantes sobre como lidar com essas pestes e faz um alerta – nenhuma pessoa deve entrar em contato direto com o animal.
Existem duas zoonoses que podem ser transmitidas pelo caramujo africano. Uma delas é chamada de meningite EOSINOFÍLICA, causada por um verme, que passa pelo sistema nervoso central, antes de se alojar nos pulmões.
A segunda zoonose é a ANGIOSTRONGILÍASE abdominal, causada por um parasita. É uma doença muitas vezes assintomática mas, em alguns casos, pode levar ao óbito, por perfuração intestinal e inflamação da membrana que reveste a parede abdominal e cobre os órgãos.
É importante ficar atento às infestações dos caramujos, já que a espécie se reproduz rapidamente, com uma média de 200 ovos por postura. Esses ovos são mais ou menos do tamanho de uma semente de mamão, branco-amarelados e ficam semi enterrados. Por isso, quando a catação é feita, é preciso estar atento para que os ovos do animal também sejam destruídos.
Fotos: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM e Arquivo Pessoal (Goreth)