As demissões em massa no setor têxtil de Blumenau, no Sul do Brasil, têm deixado apreensivos muitos trabalhadores de Pará de Minas. O medo deles é que a situação se repita por aqui, como vem acontecendo em algumas cidades brasileiras.
A dispensa de 700 trabalhadores ocorreu na unidade da Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), que funciona em Blumenau. Causou espanto a muitos que isso tenha acontecido após a empresa fazer uma parceria com a gigante asiática Shein. Os operários acreditavam que a parceria iria viabilizar a expansão rápida da Coteminas, por isso eles esperavam mais contratações ao invés de dispensas. Os desligamentos já começaram.
O sindicato que representa a categoria lamenta a decisão da empresa, porque a maioria depende e precisa do emprego. A entidade também citou que a recente parceria com a Shien proporcionou aumento nas ações da empresa, que chegou a ganhar muito dinheiro com isso. O sindicato também protestou contra o anúncio de que os 700 demitidos receberão suas rescisões contratuais em até 15 vezes. A Coteminas divulgou um comunicado informando que tinha a necessidade de fazer as dispensas para garantir a continuidade de suas operações.
Segundo fontes, a empresa passava por uma crise financeira e por causa disso chegou a atrasar os salários entre janeiro e abril deste ano. Inicialmente as demissões coletivas iriam atingir 841 funcionários, mas foram reduzidas para 700. A empresa conta agora com 500 trabalhadores. Especula-se que as dispensas estejam ligadas à mudança de foco da produção da empresa que, na condição de nova parceria da Shein, vai Dar outros rumos à produção, desativando muitas máquinas.
Quanto ao mercado têxtil de Pará de Minas, continua sem novidades. É que a Santanense, cujo grupo também está ensaiando uma parceria com a gigante asiática, ainda não anunciou a data de reativação do parque fabril. Os teares estão parados desde o final do ano passado. A empresa conseguiu colocar os salários em dia, mas alguns benefícios estão atrasados.
Atualmente, a Santanense é a maior empregadora do segmento no município. Mesmo assim, o setor têxtil perdeu grande fôlego em comparação com décadas atrás, quando o número de funcionários chegava a quase cinco mil. Hoje, são pouco mais de 500, nas três fábricas da cidade – Santanense, Coopertêxtil e a DTX.