Os problemas do rio Paraopeba parecem estar longe de terminar. Embora a qualidade da água hoje tenha menor índice de poluição, outras situações comprometem o manancial. E uma delas acaba de ser apresentada através do laudo pericial da Prefeitura de Betim, feito com base em análises químicas e de sondagem da lama densa que veio à tona neste ano com as fortes chuvas de janeiro.
Os resultados mostram que os índices de metais têm concentração muito acima daquelas que são encontradas no solo natural da região, violando as diretrizes ambientais do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e do próprio Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O problema é tão sério que alterou bastante a qualidade do solo, deixando o terreno estéril e contaminado.
Entre os elementos químicos identificados na análise estão o manganês, ferro, alumínio, boro, antimônio e arsênio. Esses elementos são semelhantes aos que foram despejados na tragédia ambiental provocada pelo vazamento de rejeitos da barragem de Brumadinho, em janeiro de 2019.
As amostras foram colhidas em 24 pontos diferentes de uma extensão de 30 km. Em determinados trechos foram encontradas variações até 1.150% maiores que as registradas em solo natural. O laudo atesta cientificamente o que é possível enxergar a olho nu, ou seja, a degradação do solo que impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas.
Mas os efeitos disso, ninguém sabe dizer ainda. Por outro lado, especialistas alertam que se esses metais causaram danos ambientais irreparáveis ao meio ambiente pior será com os seres humanos, podendo trazer sérios danos à saúde.
