A conclusão das obras da Biofábrica Método Wolbachia, em Belo Horizonte, despertou o interesse da Secretaria de Saúde em Pará de Minas. O motivo é que a cidade está na lista da primeira leva de municípios que serão contemplados com os mosquitos que serão produzidos no laboratório.
O método Wolbachia é uma tecnologia no combate à dengue e outras arboviroses. Ele consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, chikungunya e zika se desenvolvam no inseto, evitando a transmissão das doenças.
Estes mosquitos, chamados de Wolbitos, não são geneticamente modificados e não transmitem outras doenças. As primeiras remessas devem ser encaminhadas somente no ano que vem, mas a conclusão da biofábrica acende um sinal de esperança nas autoridades de saúde diante de um cenário epidemiológico caótico que Pará de Minas está vivendo.
O coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental, Douglas Duarte, ressaltou que a estratégia pode ser uma importante aliada no combate ao vetor dos vírus, pois será uma disputa entre os próprios mosquitos:
Embora reconheça o potencial da tecnologia, Douglas Duarte é cauteloso quanto aos resultados em campo. Isso porque fatores que não são testados em laboratórios podem influenciar na efetividade da wolbachia numa ação municipal:
A biofábrica foi construída pela Vale como parte do Acordo Judicial que visa reparar os danos decorrentes do rompimento das barragens da mineradora, em Brumadinho. Desta forma, as primeiras cidades a receberem os mosquitos são as 22 da Bacia do Paraopeba, o que inclui Pará de Minas.
Após a construção do prédio, a Vale tenta, agora, a obtenção das licenças obrigatórias para funcionamento e a revisão de contratos com a Fiocruz. Com essas fases concluídas, ela poderá iniciar a operação da fábrica. A previsão é que isso aconteça até janeiro de 2025.
Já a estimativa de produção semanal é de dois milhões de mosquitos. Questionada pelo Jornal da Manhã, a Secretaria de Saúde de Pará de Minas disse que ainda não tem informações sobre quando as primeiras remessas chegarão nem qual a quantidade a ser enviada.
Fotos: Ascom Prefeitura Municipal de Pará de Minas e Gil Leonardi/Imprensa MG
