Entre tantos reajustes e contas para pagar, o orçamento do brasileiro ainda deve sofrer mais um impacto a partir de abril, com o aumento dos preços dos medicamentos.
Anualmente, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Anvisa, reajusta os valores dos medicamentos levando em consideração três fatores para a composição do índice. A autorização é dada no dia 31 de março, com vigência a partir de 1º de abril.
Entre as variáveis para a alta dos medicamentos está o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo. Ele será calculado pelos resultados de março de 2022 até o final de fevereiro de 2023.
Além disso, a CMED também considera o Fator Y (Fator de ajuste de preços relativos entre setores) e o Fator X (Fator de produtividade). No ano passado, a revisão foi de 10,89%, o maior percentual dos últimos seis anos.
Para 2023, a expectativa do setor é que o índice seja menor, segundo confirmou ao Jornal da Manhã, o diretor da Droga Rede, Paulo Roberto Braga de Oliveira.
Paulo Oliveira entende que o reajuste é usado para equilibrar o mercado, mas que muitas vezes a alta impacta na vida de muitas famílias que dependem de medicamentos de uso contínuo. Ele, porém, diz que a decisão da CMED não faz as farmácias nadarem em rios de dinheiro.
Ainda não há sinalização por parte da CMED quanto ao reajuste dos medicamentos para este ano, mas especialistas da SimTax – empresa de consultoria e formação de preço de venda – confirmam a previsão de Paulo Oliveira e acreditam que o índice deve ficar entre 4,54% e 5,35%.
