Em reunião que teve duração de duas horas, realizada ontem à tarde, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Pará de Minas decidiu por unanimidade proibir novamente os eventos, mesmo com pequeno número de pessoas. A medida entra em vigor hoje, com o novo decreto que será publicado até o final da tarde. Outras medidas restritivas poderão ser anunciadas, dependendo da nova classificação de Pará de Minas no plano Minas Consciente.
Se o município entrar na Onda Roxa terá que cumprir todas as determinações do governo estadual, que são muito restritivas. A maioria dos municípios ao redor de Pará de Minas já entrou nas ondas Vermelha e Roxa, cenário que mostra a difícil realidade que estamos enfrentando. Divinópolis e Nova Serrana já estão sem leitos.
Em Itaúna, a ala reservada para atendimento da covid no Hospital Manoel Gonçalves também está com 100% de ocupação. O município também está recebendo pacientes de outras cidades, o que preocupa a população que pode precisar de atendimento e ser encaminhada para longe. A apreensão é tão grande que os moradores têm denunciado todas as situações de risco ao setor de fiscalização.
Mais um bar foi fechado na cidade e nas redes sociais muitos populares cobram medidas de maior impacto, além de fiscalização mais ostensiva. E enquanto são registrados recordes de contaminações e mortes, o Estado vai sendo pintado de várias cores, confundindo mais a cabeça da população. Com os diferentes protocolos introduzidos pelos municípios, muita gente perdeu a noção de onde está inserida e como comportar.
Até semana passada eram três ondas no plano Minas Consciente: Verde, Amarela e vermelha. O Governo de Minas então criou a Roxa e agora várias prefeituras, por conta própria, criaram a Onda Lilás. Especialistas da área médica enxergam essas iniciativas com apreensão e o mesmo afirmam os advogados especializados em Direito Público.
Para eles, as medidas restritivas criadas pelas prefeituras só terão eficiência se o Governo de Minas assumir o comando da situação. É que os municípios estão adotando as medidas de acordo com suas demandas, características e possibilidades, mas é preciso ter uma coordenação central. Como o governo federal não assumiu isso, caberia aos governos estaduais adotarem medidas eficientes e bem coordenadas.
O Governo de Minas reage às declarações afirmando que respeita a autonomia dos municípios diante da decisão das prefeituras. A Secretaria Estadual de Saúde também declarou que o Minas Consciente tem todas as medidas necessárias ao cenário atual.
