Empresários e consumidores são unânimes em protestar contra a elevada carga tributária do país e as reclamações ganharam fôlego nesta semana com a nova marca do Impostômetro nacional, que atingiu R$1 trilhão de impostos arrecadados neste ano.
O Impostômetro é o painel digital instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo. O equipamento foi implantado em 2005 e, desde então, tem conscientizado os brasileiros sobre a alta carga tributária cobrada no país.
Paineis semelhantes também foram instalados em outras capitais e municípios brasileiros, monitorando permanentemente a cobrança de impostos. A marca de R$1 trilhão de janeiro até agora é o montante pago pelos contribuintes aos governos federal, estadual e municipal.
Entram na contabilidade impostos, taxas e contribuições, incluindo multas, juros e correção monetária. A carga embutida nos produtos afeta diretamente o bolso dos consumidores e as empresas em geral, daí a grande insatisfação das partes.
O Jornal da Manhã ouviu protestos nas ruas, entre eles dos comerciantes Alexandre Dutra e Adriano Aguiar:
A carga tributária de determinados produtos é tão elevada que chega a representar mais da metade do valor deles. É o caso dos perfumes nacionais, cujo imposto equivale a 69% do valor total do produto.
Uma ampla reforma tributária vem sendo defendida no país há vários anos e a expectativa geral é que, desta vez, ela saia da gaveta. O projeto proposto pela equipe econômica do presidente Lula já está em tramitação no Congresso Nacional, mas tem gerado críticas.
Uma delas partiu do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM). Marcos Vinícius Bizarro criticou a atuação do governo federal nesses quatro primeiros meses de gestão.
Ele classifica o projeto da reforma tributária apresentado como uma cabeça de bacalhau, porque ninguém viu o texto original e nem sabe falar sobre o assunto. Pessimista, Marcos Vinícius teme que a reforma, mais uma vez, fique só na promessa.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM e Ilustrativa: Reprodução/pixabay.com
