Apesar da greve sanitária deflagrada pelos sindicatos que representam os trabalhadores das redes estadual e municipal, alunos das escolas públicas de Pará de Minas retornaram às salas de aula ontem depois de mais de um ano e meio com atividades remotas.
Apenas parte dos profissionais aderiu ao movimento grevista, por isso os estabelecimentos de ensino não enfrentaram grandes problemas. Cada escola montou uma recepção especial para os alunos, com decoração diferenciada e muito sorriso no rosto, mesmo que debaixo das máscaras.
E foi difícil esconder a alegria dos trabalhadores e dos próprios estudantes, depois de tanto tempo sem aquela sensação de compartilhar conhecimentos na sala de aula. Até mesmo os pais estavam contentes pelo retorno dos filhos e muitos fizeram questão de registrar esse momento.
Mas como ainda estamos em pandemia, toda emoção pela volta das aulas presenciais precisou respeitar o protocolo sanitário de segurança. Portanto, alunos e professores tiveram de usar máscaras, respeitar distanciamentos e higienizar as mãos.
A reportagem do Jornal da Manhã acompanhou o retorno na rede pública de Pará de Minas e conversou com alguns diretores, entre eles Fabiana Moreira, da Escola Torquato de Almeida.
Ela fez um balanço positivo do primeiro dia com aulas presenciais e destacou os cuidados preventivos dentro da unidade.
Na Escola Torquato de Almeida, são 474 alunos matriculados mas, no retorno presencial, apenas um quarto está autorizado a acompanhar as atividades. Por isso, os estudantes foram divididos em grupos para garantir que todos possam participar das atividades nas salas de aula. Fabiana Moreira ainda anunciou uma novidade que poderá ser implantada em breve naquela instituição de ensino.
Dentro das salas, professores e alunos se interagiram muito bem no retorno. A professora de português do 4º ano do Ensino Fundamental, Beatriz Soares dos Reis Araújo, falou da emoção em poder fazer o que gosta dentro do ambiente que ela é apaixonada.
O Jornal da Manhã procurou a superintendente Regional de Ensino, Tânia Morato, e ela informou que o movimento grevista em Pará de Minas, na rede estadual, atingiu cerca de 8% a 10% dos educadores. Do total de 900 profissionais, 74 faltaram ontem. A ausência deles foi compensada por outros educadores disponíveis, sem prejuízos para os estudantes.
A superintendente também fez questão de tranquilizar as famílias, assegurando que o processo de higienização nas escolas foi muito bem planejado e está sendo executado à risca. Na rede municipal a Secretaria de Educação também tranquilizou as famílias e os alunos. A pasta monitorou a volta às aulas o dia todo e não encontrou sérios problemas.
Assim como nas escolas estaduais, a greve sanitária não teve mais do que 10% de adesões, segundo informação repassada ao Jornal da Manhã. O prefeito Elias Diniz também falou sobre a greve sanitária. Disse que o município vai respeitar os profissionais que aderiram ao movimento e garantiu que o protocolo sanitário de retorno estabelece uma série de medidas que garantem a proteção dos estudantes e educadores.
Elias também comentou a possibilidade de antecipação da segunda dose para a categoria. A imunização é uma das reivindicações feitas para o fim da greve sanitária.
O prefeito encerrou a entrevista falando da publicação da portaria interministerial nº 5, que “reconhece a importância nacional do retorno à presencialidade das atividades de ensino e aprendizagem”.
Fotos: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM
