Entre os diferentes problemas sociais causados ou agravados pela pandemia de Covid, um deles tem chamado atenção dos cartórios e da Defensoria Pública – a quantidade de crianças sem o nome do pai registrado na certidão de nascimento.
Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais mostram que nos dois últimos anos quase 328 mil recém-nascidos ficaram sem o nome do pai no documento. Curiosamente, nesse mesmo período o país registrou menos nascimentos desde 2003, ou seja, menos famílias tiveram filhos, porém, mais bebês ficaram sem o nome do pai na certidão.
E agora em 2022, das mais de 120 mil crianças nascidas em Minas Gerais, aproximadamente 6 mil foram registradas só com o nome da mãe. Segundo especialistas, diversos fatores influenciam esse problema social, sendo os principais a crise financeira, que força os pais a se ausentar da responsabilidade, e o divórcio de muitos casais.
Para tentar amenizar os números, a Defensoria Pública de Minas Gerais tem apostado no mutirão “Direito a Ter Pai”, promovido anualmente no mês de outubro. Em Pará de Minas, a campanha já está sendo organizada, segundo informou a defensora pública, Ana Luíza Paiva.
Ela avalia que nos últimos anos o mutirão não apresentou aumento na procura de pessoas interessadas em registrar o nome do pai ou da mãe, pelo menos em Pará de Minas. No entanto, Ana Luíza enxerga essa realidade como consequência do trabalho preventivo realizado pela Defensoria Pública junto aos cartórios.
Mesmo com a campanha do mês de outubro, o órgão realiza esse trabalho de reconhecimento ao longo de todo ano.
A Defensoria Pública de Pará de Minas está localizada no Edifício Diamond, que fica na rua São José, nº 280, 16º andar. Informações também pelo telefone 3231 4472.
Foto: Ronni Anderson/Rádio Santa Cruz FM
