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Candidatura “laranja” provoca reviravolta em Conceição do Pará: Justiça Eleitoral pede cassação de diplomas e anulação de todos os votos do PV

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Candidatura laranja no Partido Verde (PV) de Conceição do Pará pode provocar uma grande reviravolta política naquele município. O escândalo se tornou público agora, quase quatro meses depois das eleições municipais, com a decisão da juíza eleitoral, Rachel Cristina Silva Viegas, de tirar os infratores do cenário político. 

A investigação da fraude gira em torno da candidatura falsa de Maristela Galvão, que foi registrada como pretendente ao cargo de vereador pelo PV de Conceição do Pará. Com residência na comunidade de São João de Cima, que tem 434 votantes, Maristela não trabalhou a campanha política. 
E isso ficou claro nas investigações, começando pela própria família dela que é composta de cinco votantes. Maristela teve três votos.

Já nas eleições de 2016 o desempenho das urnas foi ainda pior, quando ele teve zero voto. 
Dessa vez a Justiça Eleitoral passou a investigar o caso depois de receber um vídeo em que Maristela admitiu que “caiu de gaiata”, já que não queria entrar na corrida eleitoral. Ela declarou que jogou fora todos os santinhos que recebeu do partido e que sequer iria votar em si. Ainda no vídeo, Maristela afirmou que só entrou na campanha para preencher a legenda, uma vez que a legislação eleitoral exige dos partidos o preenchimento de, pelo menos, 30% das vagas com candidaturas femininas. 

Maristela também declarou que nem sequer foi ao banco para abrir a conta de campanha. Fizeram isso por ela e depois levaram os documentos para receber sua assinatura. 
Já em seu depoimento na Justiça ela recuou, dizendo que a declaração foi gravada de surpresa, num momento de raiva. Disse à juíza que fez campanha, distribuiu mil santinhos e chegou a gravar um vídeo, mas não soube dar informações sobre esse material. Maristela também declarou que não podia sair de casa para fazer campanha e não se interessou em usar as redes sociais para postagens e publicações em seu favor.

 
Juntando todas as informações obtidas nas investigações, a juíza Rachel Viegas declarou em sua sentença que o registro da candidatura em questão aconteceu com a única intenção de burlar a conta mínima do gênero feminino. Segundo ela, ao agir assim o PV de Conceição do Pará fraudou o princípio da disputa igualitária, preenchendo a cota com uma candidata que não apresentou intenção real de concorrer ao pleito eleitoral. A juíza alegou ainda que em momento algum houve qualquer afirmação quanto à desistência tácita da candidata.

Ao contrário, ela reafirmou em seu depoimento que participou efetivamente da campanha. 
Diante das provas robustas a juíza pediu a inelegibilidade de Maristela Galvão pelos próximos oito anos e também a dos envolvidos na denúncia, que são o prefeito eleito José Cassimiro Rodrigues, que apoiou a candidatura do articulador da fraude, e dos vereadores do PV. Também foi pedida a cassação do diploma do vereador Roberto Carlos Silveira, o Roberto do Casquilho, e dos suplentes do partido: José Manoel Vicente, Sebastião Cláudio Viegas e Joana Darc de Oliveira Lima. 

A juíza quer ainda a anulação de todos os votos dados ao PV de Conceição do Pará nas eleições proporcionais, ou seja, para os candidatos a vereador. E com a anulação, que seja feita outra contagem geral para o cálculo do novo quociente eleitoral, a fim de reajustar as cadeiras da Câmara Municipal de acordo com os votos válidos. 
Os envolvidos no processo têm direito a defesa. Nós tentamos ouvir o prefeito José Cassimiro, assim como o vereador Roberto do Casquilho e a própria Maristela, mas eles não foram encontrados. O espaço continua aberto.

Foto: Google Maps







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