O superendividamento causado pelas apostas esportivas, conhecidas popularmente como ‘bets’, está sendo apontado como responsável por uma morte em Pará de Minas. O óbito foi registrado no bairro Padre Libério, vitimando um homem de 35 anos de idade. Segundo familiares, ele tirou a própria vida devido a um processo de depressão iniciado com o vício nos jogos de azar.
Ainda segundo os familiares, que continuam muito abalados com a situação, o problema se agravou quando ele passou a dever vários agiotas e, pressionado por eles, deu cabo da própria vida. Há cerca de três meses, o Jornal da Manhã publicou reportagem de um pai de família que também relatou o drama vivido diante do vício dos jogos. Ele admitiu que perdeu nas apostas a única reserva da família – R$60 mil depositados em uma caderneta de poupança.
E há duas semanas, o JM voltou a abordar o assunto com um alerta do Procon para um problema que só cresce de tamanho. A facilidade de acesso às plataformas digitais e a ampla divulgação, inclusive, por influenciadores e celebridades, têm atraído cada vez mais pessoas, muitas vezes sem a devida consciência dos riscos envolvidos.
Segundo especialistas, o principal problema é o descontrole financeiro que pode resultar no hábito de apostar. O imediatismo das plataformas, que prometem ganhos rápidos, está levando muitos ao vício e à perda significativa de dinheiro.
Entre as vítimas está a jovem Tathiara, que mora no sul do Brasil e está se mobilizando para alertar as pessoas que este é um caminho muito perigoso. Ela perdeu um dinheirão e espera que isso não aconteça com outras pessoas:
A situação é tão grave que, segundo levantamento do Banco Central, a média de apostas mensais, via Pix, é em torno de R$18 milhões. O perfil dos apostadores mostra que a maioria é composta por jovens de 20 a 30 anos e grande número deles é beneficiário do Bolsa Família.