Moradores e comerciantes do bairro Nossa Senhora das Graças, mais precisamente da rua Maestro Espíndola, estão preocupados e, ao mesmo tempo, revoltados, com a suspeita de envenenamento de cães que vivem naquela região.
Nesta semana, dois animais de rua que passavam boa parte do dia na Maestro Espíndola apresentaram sintomas de envenenamento, como salivação, vômitos e convulsões. Eles foram internados às pressas em um hospital veterinário da cidade.
Um deles, a cadela Catarina, não resistiu e faleceu. Já o cão Hulk ainda está internado, com uma leve evolução no quadro de saúde. Quem levou os dois para atendimento foi Edilene Sousa, que trabalha na Mercearia da Celi, que fica há alguns metros da sede da concessionária Águas de Pará de Minas.
Edilene conta que Catarina e Hulk eram os xodós da mercearia, dos vizinhos e até de alguns funcionários da concessionária de água. Catarina vivia por lá há mais de um ano, enquanto o companheiro apareceu há cerca de quatro meses.
Eles eram castrados e tinham o esquema vacinal em dia, pois mesmo vivendo nas ruas eram cuidados pelos vizinhos, em especial Edilene. Mas na última terça-feira, o clima na região mudou e a alegria deu lugar à tristeza e a revolta. Edilene relata o que aconteceu.
A notícia da morte de Catarina abalou bastante Edilene, que concedeu entrevista emocionada. Ela suspeita que os dois cães tenham sido envenenados, pois, além dos sintomas e da avaliação inicial do veterinário, recentemente outros animais da região também morreram por essa causa.
Edilene e vizinhos não suspeitam de ninguém, mas prometem investigar as câmeras de segurança e acionar as forças policiais para punir o responsável pelo crime.
Maus tratos a animais é crime ambiental, tipificado em lei. A pena vai desde multa de um a 40 salários mínimos por animal, até a prisão. Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da lei nº 9.605, prevendo reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda.
Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em até um sexto. As denúncias podem ser direcionadas para as Polícias Militar Ambiental e Civil. Em caso de flagrante, o cidadão pode denunciar diretamente pelo 190 da Polícia Militar.
