Choveu 78 milímetros em Pará de Minas no final da tarde de segunda-feira e as consequências do temporal, que durou 40 minutos, foram danosas em várias partes da cidade. Houve alagamentos por todo lado. No túnel do trevo, às margens da BR 262, o volume de água foi tão grande que na manhã de ontem ele continuava alagado.
Na Benedito Valadares, principal rua da região central, várias lojas foram inundadas com o aguaceiro que desceu pelas ruas do Cruzeiro e Coronel João Alves, vindo do bairro Nossa Senhora das Graças. A praça Torquato de Almeida também ficou ilhada, como sempre acontece nessas situações. Na entrada do bairro Dom Bosco, próximo ao Stop Shop, a água tomou conta de tudo.
O temporal também castigou a rua Ricardo Marinho, que é uma das vias de trânsito pesado mais usadas na cidade. Na avenida Orlando Maurício dos Santos, que dá acesso ao Pronto Atendimento do bairro Senador Valadares, a lama chegou a impedir temporariamente o fluxo de veículos.
A avenida Presidente Vargas também voltou a enfrentar o caos. A enxurrada invadiu vários estabelecimentos comerciais nos quarteirões próximos à ponte grande. O mar de lama também arrastou muito lixo, dificultando a passagem da água, e a situação piorou a partir do transbordamento do Córrego Água Limpa e do Ribeirão Paciência.
Durante o temporal o trânsito ficou parado, formando depois um congestionamento enorme que aumentou os prejuízos dos lojistas. É que na medida em que os veículos faziam a travessia, a marola jogava mais água e lama dentro das empresas.
Comerciantes dispararam críticas contra o prefeito Elias Diniz, que chegou a ser acusado de ter gasto uma fortuna na Presidente Vargas sem encontrar uma solução. Na opinião de outros, a gestão está se preocupando demais com rotatórias ao invés de atacar de frente situações emergenciais.
Funcionários da Secretaria de Obras foram chamados às pressas para fazer uma varredura na cidade, a fim de identificar os pontos mais críticos, mas a escuridão da noite impediu a maior parte das ações e o serviço de limpeza só foi iniciado mesmo na manhã de ontem.
Tratores e caminhões pipa trabalharam o dia todo, mas a limpeza da cidade ainda não terminou. O prefeito Elias Diniz acompanhou parte da operação e admitiu que solução definitiva ainda não existe, porque o fim das inundações em Pará de Minas é um investimento de custo muito elevado – seriam necessários hoje cerca de R$100 milhões.
No entanto, como medida paliativa ele aposta na abertura de lagoas em pontos estratégicos. A declaração foi dada no momento em que ele inspecionava os estragos na Presidente Vargas:
E para que a população entenda melhor o que é uma lagoa seca, o prefeito deu a seguinte explicação:
Representantes da Defesa Civil de Pará de Minas e das secretarias de Obras e Desenvolvimento Urbano estarão reunidos agora pela manhã, na sede administrativa da prefeitura, com o objetivo de mapear os locais de maior risco de inundações e desabamentos. É que a meteorologia prevê mais tempestades nos próximos dias.