Até a Polícia Civil de Pará de Minas está impressionada com a escalada dos casos de violência contra a mulher. Nas últimas semanas, várias ocorrências de agressão foram registradas na cidade, além de dois crimes de feminicídio. Esses casos reforçam o cenário sombrio e ameaçador para as mulheres que, cada vez mais, precisam ter coragem para denunciar relacionamentos abusivos que colocam suas vidas em risco.
Elas precisam ser fortes, não necessariamente no aspecto físico, mas psicológico, entendendo seu lugar na sociedade e a capacidade de independência. Infelizmente, a falta dessa consciência leva muitas mulheres a reatarem com os companheiros, revivendo o sofrimento de violências e, no pior dos casos, perdendo a vida.
Usando como exemplo o caso do último fim de semana, onde uma mulher foi assassinada no bairro Grão Pará, o diretor da Polícia Civil de Pará de Minas, Carlos Henrique Gomes Bueno, informou que a vítima chegou a fazer uma representação contra o agressor, solicitando medida protetiva, mas retomou o relacionamento.
O delegado esclarece que a legislação é muito clara em relação a essa atitude. Em momento algum a mulher é obrigada a ficar com alguém que lhe faça ameaças.
Apesar dos projetos de ressocialização dos autores da violência, o delegado percebe que muitos homens voltam a praticar o crime. Por isso, a melhor recomendação é que as mulheres se livrem desse sofrimento.
Infelizmente, o novo coronavírus só piorou os números de violência contra mulher. Pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que durante a pandemia houve aumento de 22% nos registros de feminicídio no Brasil. Para as vítimas dos abusos nos relacionamentos ou que estejam sob ameaça de algum agressor, as denúncias podem ser feitas pelos telefones 181 e 190.
Foto: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
