Declarações do ex-presidente do IBGE, Roberto Olinto, deixaram os prefeitos brasileiros ainda mais preocupados com o resultado do Censo nacional, que está em fase final de levantamento.
Com base nos dados preliminares já publicados, Olinto diz que o censo demográfico expõe a tragédia absoluta que se abateu sobre a pesquisa. Por isso, ele defende a realização de uma ampla auditoria dos dados para verificar se eles são válidos, se é preciso realizar um trabalho adicional ou, em caso extremo, se é o caso de se fazer um novo Censo.
Segundo o especialista, a pesquisa já começou mal com o corte de um terço do orçamento, exoneração de equipes técnicas e pouco tempo para se fazer o levantamento.
Os resultados preliminares, avaliados por Roberto Olinto, mostram situações inexplicáveis, entre elas a informação de que todos os municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro caíram de população em relação a 2010.
Ele também apontou inconsistências em outras regiões do país, o que está levando centenas de prefeituras a judicializar os resultados preliminares. Olinto lamenta a situação, afirmando que os acontecimentos começam a afetar a credibilidade da pesquisa, o que é inaceitável em se tratando do IBGE.
E a novidade é que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, em liminar, o uso do censo demográfico 2022 para a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Com a liminar, os dados de 2018 voltam a ser utilizados para a divisão dos R$188 bilhões do governo federal, de acordo com o tamanho da população de cada município.
Foto Ilustrativa: Reprodução/Acervo do IBGE
