Faltando um ano para as eleições municipais no Brasil, que vão eleger prefeitos e vereadores, uma constatação – a maioria dos partidos ‘encolheu’ e o fenômeno se repete em Minas Gerais.
Desde 2020, 80% das siglas partidárias registraram queda no número de filiações no Estado. No contexto geral, Minas perdeu cerca de 100 mil filiações em menos de três anos.
Entre os dez partidos que diminuíram de tamanho, estão siglas tradicionais como PDT, PT, PSDB, PTB e o MDB. Vários dirigentes se manifestaram sobre este levantamento, tratando o assunto com naturalidade.
Para a maioria, a redução das filiações sempre acontece em movimentos de renovação, mas com a aproximação das eleições de 2024 a retomada já está acontecendo. Os partidos consideram estas ‘janelas’ partidárias como um acontecimento natural no campo político.
O Jornal da Manhã conversou sobre o assunto com o deputado federal Domingos Sávio. Em nova visita a Pará de Minas ele comentou as filiações e desfiliações dos correligionários. Com quase 30 anos de vida pública, da vereança em Divinópolis até os cargos de deputado estadual e deputado federal, Domingos Sávio enxerga o encolhimento dos partidos como um desafio para a revitalização deles. Em sua opinião, o fenômeno exige boas reflexões:
O deputado Domingos Sávio concorda que o jeito de se fazer política no Brasil mudou, mas nem tudo foi para melhor. Em sua opinião, está faltando diálogo na vida pública e essa decadência na busca de entendimentos em defesa do coletivo foi muito afetada pelo mau uso das redes sociais:
Já o professor e cientista político Paulo Silveira, enxerga a queda das quase 100 mil filiações em Minas como uma tendência nacional de crise da política partidária. Segundo ele, as siglas tradicionais estão mais desgastadas pelo fato de não terem conseguido realizar suas promessas com soluções para os problemas sociais.
O professor lembra que há uma insatisfação da população diante das crises econômicas e da falta de acesso ao bem-estar social. As desfiliações, na visão dele, também podem estar ocorrendo devido à violência no meio. Nunca no Brasil houve tantos ataques verbais e acusações de baixo nível como agora, o que acaba inibindo as pessoas de se envolver diretamente na política.
