Os candidatos que estão fazendo pesquisa política em Pará de Minas podem não receber resultados confiáveis. É que apesar do empenho e da credibilidade das empresas contratadas, o eleitorado está com medo de manifestar a intenção de votos nas eleições de 2 de outubro.
Segundo informações chegadas ao Jornal da Manhã, várias pessoas abordadas nesses últimos dias têm informado aos profissionais encarregados de fazer as pesquisas que continuam indecisas.
Na verdade elas já definiram o voto, mas a desconfiança e o medo de ter a identidade revelada publicamente têm mascarado a realidade. A apreensão dos eleitores é maior quando a pergunta é sobre o candidato a presidência da república, devido à polarização que vem sendo apontada em todas as pesquisas de opinião.
Os entrevistados preferem esconder o voto a correr o risco de enfrentar eventual divergência com vizinhos ou amigos. E na medida em que as eleições se aproximam, o medo da violência política vai aumentando.
Contribui para isso o conteúdo dos noticiários que tem revelado aumento expressivo dos crimes de ameaça. Em Minas Gerais, por exemplo, a intolerância tem gerado 13 denúncias deste tipo por dia.
E os problemas não vêm de agora, segundo dados levantados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública. Somente de janeiro a julho deste ano foram registrados 67.414 boletins de ocorrência nas polícias Civil e Militar.
O crime é caracterizado no artigo 147 do Código Penal e é o ato de ameaçar "por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave". A lei determina detenção de um a seis meses ou multa.
Segundo especialistas, as eleições funcionam como uma espécie de gatilho para ampliação desses crimes. É o período de maior tensão nas disputas de visão do mundo e das políticas.
E como muitas pessoas estão com os nervos à flor da pele, basta um manifestar apoio ao adversário político para as discussões ficarem inflamadas, muitas delas terminando em agressões físicas. Nas redes sociais os ataques estão ainda mais fortes, assustando muita gente.
Foto- Arquivo Rádio Santa Cruz FM
