O número de transplantes de órgãos em Minas Gerais voltou a crescer, depois da suspensão das cirurgias no auge da pandemia. Em 2021, foram realizados 1.773 procedimentos, enquanto em 2022 esse número saltou para 1.960. Esses 13% a mais representam um avanço, mas o estado continua longe de atender a crescente demanda, uma vez que 5.900 pessoas continuam na fila de espera.
Segundo informações do MG Transplantes, as operações de córnea lideraram os procedimentos. Em seguida, vieram as de medula óssea, fígado, coração e de rim, além de outros em menor escala. O MG Transplantes é o órgão responsável pela coordenação dos procedimentos cirúrgicos no território mineiro, além de outras providências, incluindo a organização dos pacientes.
Nem sempre o andamento das filas se dá por ordem de chegada, já que existem pacientes que são mais dependentes das cirurgias e eles têm prioridade nos encaminhamentos. Os transplantes são realizados apenas em hospitais de grande complexidade, que ficam em Belo Horizonte. Já a rede pública do interior participa da cadeia de captação dos órgãos, e esse é o caso do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Pará de Minas.
O diretor Técnico, Cláudio Levi, informou ao Jornal da Manhã que a seleção do MG Transplantes em relação aos grandes hospitais se dá por critérios tecnológicos e de especialização. É que as cirurgias são complexas demais:
O médico Cláudio Levi também lamentou a longa fila de espera para transplantes em Minas. Ele avalia a situação sob dois aspectos – a ausência de uma consciência mais forte das pessoas, sobre a importância da doação de órgãos, e a ocorrência de mortes abruptas, que desnorteiam os familiares:
Um ponto de consenso sobre a redução da espera por um transplante é que são necessárias mais doações. E este é o foco do MG Transplantes para este ano, cuja expectativa é de aumentar a oferta de órgãos em 20%.
