O que era uma especulação acabou se confirmando no retorno das aulas presenciais em Pará de Minas: boa parte dos motoristas de vans escolares não retomaram as atividades. Mesmo há um ano e meio sem transportar estudantes, muitos “vanseiros” desistiram da profissão, ainda que temporariamente, sob a alegação de inviabilidade para a prestação do serviço.
Essa possibilidade foi anunciada em maio pelo Jornal da Manhã, diante do protocolo de retorno das aulas trazendo medidas sanitárias para evitar a disseminação do coronavírus em todo o contexto escolar, incluindo o transporte dos alunos. Entre as normas estão a medição da temperatura dos passageiros, desinfecção total do interior do veículo a cada viagem e, o ponto que mais dificultou o retorno, lotação máxima de apenas um terço da capacidade ou 50%, caso sejam instaladas divisórias de acrílico.
Mesmo entendendo a necessidade dos cuidados, até pela própria saúde, os profissionais alegam que fica inviável prestar o transporte nessas condições, pois o faturamento não acompanha a elevação dos custos. Uma estimativa apurada pelo JM junto aos motoristas indica que, dos mais de 80 profissionais, apenas 20% voltaram ao trabalho.
Rosana Lopes é uma das motoristas que retornaram e, numa entrevista bem sincera ao JM, expôs como está sendo a realidade da categoria. Se antes da pandemia ela chegou a transportar até 40 alunos por dia, hoje são apenas cinco.
Mesmo voltando por necessidade, Rosana disse que o momento é muito difícil, sem possibilidade de lucros, apenas uma forma de conseguir pagar as contas.
Rosana Lopes, assim como toda categoria, ainda sonha com a normalidade na prestação do serviço, com profissionais, alunos e outras pessoas envolvidas no ambiente escolar vacinadas contra a covid-19.
Fotos: Amilton Maciel/Rádio Santa Cruz FM
