Janeiro marca uma data significativa para a educação brasileira e o movimento social negro. O mês comemora 20 anos da Lei 10.639, que incluiu oficialmente nos currículos escolares o ensino de história e cultura afro-brasileiras.
Uma das primeiras legislações sancionadas pelo presidente Lula prevê a abordagem da história da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e a importância do negro na formação da sociedade nacional.
Entre os objetivos está a quebra do preconceito racial e o resgate da contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política do país. Pela lei, os conteúdos devem ser ministrados nas redes pública e particular a partir do Ensino Fundamental, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura.
Para Júnio Resende, professor de Sociologia no Ensino Médio, o texto da lei é um avanço na luta da população negra e os 20 anos devem ser valorizados e celebrados. No entanto, ele acredita que ainda faltam estrutura e ferramentas de apoio para os professores na oferta da disciplina.
Sobre o interesse dos alunos na disciplina, Júnio confirmou que eles são ativos nas aulas, fato que o deixa otimista na formação da nova geração. No entanto, chamou atenção para um tema que ainda carrega uma visão distorcida da realidade.
Além da indução de políticas e ferramentas de apoio para os professores e até mesmo as escolas, Júnio Resende cita outros desafios para o ensino de História e Cultura afro-brasileiras. Ele destaca que os pais são fundamentais nesse processo.
Outra medida propositiva da Lei 10.639, é a inclusão no calendário escolar do 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. No ano passado, para celebrar essa data Júnio promoveu o projeto “Educação para a Vida”, abordando a influência do negro nos diversos elementos da cultura nacional. Foram semanas de imersão total nos estudos, e o encerramento aconteceu com a apresentação dos trabalhos das turmas.