Moradores do distrito de Meireles receberam com certo alívio a notícia sobre o acordo firmado entre o Ministério Público de Pará de Minas e a mineradora Vale, referente ao pagamento de multa pelo atraso na entrega da adutora do Rio Pará.
Conforme o JM informou, o acordo foi fechado em R$10 milhões, sendo que parte desse valor será destinado à comunidade de Meireles que foi a mais prejudicada. Além de perder o abastecimento do Rio Paraopeba, os moradores enfrentaram os desgastes dos canteiros de obras montados pelas empresas terceirizadas da Vale.
Durante vários meses, as famílias tiveram que conviver com a poeira, os buracos nas ruas, o sufoco financeiro e até mesmo com um surto de covid, surgido entre os trabalhadores da construção da nova adutora. O Ministério Público definiu que o recurso de R$1 milhão será dividido da seguinte forma:
R$550 mil vão para a reforma da Escola Marechal Deodoro, R$200 mil serão destinados à reforma e montagem de todo o Posto de Saúde, R$150 mil vão para a reforma da praça de Meireles, com implantação de uma estrutura para feira de produtos artesanais, e os R$100 mil restantes irão para a construção do velório.
O Jornal da Manhã conversou com o empresário Rodrigo Campos, que possui uma propriedade no distrito e tem representado os moradores na luta pelos direitos. Ele não deixa de reconhecer a importância do acordo firmado pelo Ministério Público mas declarou que a comunidade esperava um pouco mais:
Rodrigo Campos fez questão de ressaltar também que esse recurso de R$1 milhão diz respeito às compensações dos estragos causados pela Vale. A comunidade de Meireles tem direito às reparações imensas dos danos:
A comunidade vai acompanhar as obras de perto, inclusive, com ajuda de entidades capacitadas e respeitadas na sociedade civil organizada:
Os outros R$ 9 milhões a que o município de Pará de Minas terá direito serão destinados a outras frentes, sendo a principal delas a destinação de R$8 milhões para projetos urbanísticos-ambientais, como desassoreamento ou melhorias de lagoas e cursos d’água, isolamento e reflorestamento das áreas de preservação permanente e formação de novas lagoas, dentre outros.
Também será reservada a quantia de R$1 milhão para a compra de vacinas anti-covid, caso as doses não sejam disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. Agora, se não houver essa necessidade, metade do valor será destinada a projetos ambientais e o restante para Meireles, no caso R$500 mil para cada.
A Vale tem prazo de duas semanas para fazer o depósito do dinheiro na conta da Prefeitura de Pará de Minas. O Ministério Público vai assumir a responsabilidade de monitorar toda a execução das ações.
Foto: Arquivo/Rádio Santa Cruz FM